AfroVárzea: Confira a programação completa do evento que promete fortalecer a cultura e empreendedorismo negros

Cultura e Turismo - Destaques

Evento ocorrerá nos dias 24 e 25 de novembro, com uma programação cheia de cultura e conhecimento

O Conselho Municipal de Política Cultural de Várzea Paulista, por meio da Cadeira de Promoção da Igualdade Racial e da Unidade Gestora Executiva de Cultura da cidade, promovem, nesta sexta-feira (24) e no sábado (25), a primeira edição do “AfroVárzea”. O objetivo do evento é fortalecer o movimento e luta da cultura negra na cidade e realizar atividades em alusão ao Mês da Consciência Negra, cuja data principal é o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

A feira reunirá empreendedores da economia criativa da Cultura Negra, que apresentarão seus produtos e serviços nas áreas de alimentação, tranças, moda, vestuários acessórios, artefatos religiosos e artesanato, além de palestras e troca de experiências.

O evento será na Praça CEU, localizada na Rua João Póvoa s/n — Jardim do Lar. Confira a programação completa:

24 de novembro

  • 19:30 às 21:00 — Palestra “Letramento Racial”, com Carolina Duarte de Oliveira Lopes, historiadora, pedagoga, batuqueira e cofundadora da ONG Instituto Mulungu, que atua em periferias da região, levando educação e cultura; e Fabiana Angela Toledo Lima, multiartista e educadora, atuante por instituições como o Núcleo Preto de Artes Afro-Diaspóricas, que produz artes e teatro apenas com artistas negros e negras.

25 de novembro

  • 13:00 às 13:30 — Discotecagem com Vive Almeida;
  • 13:30 às 14:30 — Roda de Conversa “Religiosidades afro-brasileiras em Várzea Paulista”, com Denis Tì Ògun, BÁBÀLORISÁ em Ilê Àsé Egbé Ògun Nirê e Guga de Almeida, dirigente espiritual do Terreiro de Umbanda Cabocla Jaciara e Vovó Inácia. A mediação será de Nany Vieira;
  • 14:30 às 15:00 — Demonstração de Batalha de Rimas, com Lavinixx, Bronk MC e Zé Pedrinho;
  • 15:00 às 15:30 — Roda de Capoeira, com Mestre Bola 7, Grupo Capoeira Brasil e Associação Expressão Brasil, de Várzea Paulista;
  • 15:30 às 16:30 — Samba, com Hilda de Araújo e convidados;
  • 16:30 às 17:00 — Discotecagem, com Vive Almeida.

Conheça os participantes

Carolina Duarte de Oliveira Lopes

Formada em história pela UNESP, com intercâmbio na Universidade de Coimbra (Portugal), pedagoga com pós graduação em educação musical, filosofia, sociologia, cultura africana e gestão escolar. Realiza formações para docentes sobre educação antirracista, cofundadora do Instituto Mulungu, já realizou palestras na Semana de História da UNESP, na Diretoria de ensino de Jundiaí para todos diretores e coordenadores da região e no MASP. Dentro da Cultura popular, é brincante de maracatu e samba de coco há 10 anos, regente do grupo baque delas, batuqueira do Coletivo Embaúba, produtora e integrante do Coco das águas doces. Idealizadora do projeto “Bese Saka” que oferece oficinas gratuitas de maracatu para pessoas de todas as idades todos os sábados. Desenvolveu os projetos “Coral Paratodos”, “Coral Alecrim” e “Baque de Arruda” na E.E. Professora Benedita Arruda de 2012 a 2014, nesse projeto as crianças e adolescentes da escola, em seu contraturno, tinham aulas de música, de canto, de coral, de percussão, de maracatu, samba de coco e jongo. Em 2022 foi homenageada pelo Movimento das Pretas, na ALESP, como uma das lideranças negras do Estado de São Paulo. Professora na rede estadual do Estado de São Paulo desde 2012, já foi coordenadora e diretora escolar em uma cooperativa educacional.

Fabiana Angela Toledo Lima

Psicóloga, Neuropsicóloga, Especialista Fenomenologia Decolonial da clínica ampliada. Trabalha com psicologia clínica, oficina de criatividade e palestrante. Linha de estudo voltada para as temáticas raciais e decolonial. Fundadora do projeto para cuidado autoestima de mulheres SPA Mental, psicóloga parceira do Projeto Geni, que visa atendimento para o público negro. Idealizadora do Grupo de Estudos sobre Desigualdades Estruturais (NEDE), integrante do grupo de estudos existencialismos. Psicóloga voluntária no Instituto Mulungu.

Nany Vieira

Natural de Salvador, Bahia, Djenane Vieira (nome de batismo) se radicou em São Paulo a partir de 2004. Começou a estudar piano aos 8 anos de idade e a dar aulas particulares de piano aos 17 anos. Dirigiu grupos vocais e corais na igreja em que frequentava. Se formou em Música na Universidade Federal da Bahia. Durante os anos de graduação teve sua primeira experiência de docência na Educação Básica e paralela a essa experiência, também lecionou em conservatório de Música. Além da Música, a Fotografia também acompanha sua trajetória de vida, tendo ministrado cursos, organizado exposições de seus alunos e participando de exposições coletiva junto com outros fotógrafos brasileiros. Desde 2006 atua como professora efetiva de Arte polivalente na rede municipal de Jundiaí, tendo desenvolvido inúmeros projetos na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos. Tem experiência com formação inicial e continuada de professores, ensino de Música na Educação Especial e também lecionou no programa “Descubra a Orquestra” da Fundação OSESP de 2009 a 2014. Foi tutora da UAB/UFSCAR entre 2011 e 2012. Sua prática pedagógica baseia-se numa educação antirracista, decolonial, considerando as narrativas outras, que não as hegemônicas e as impostas pelos colonizadores, trazendo para a sala de aula experiências diversas, nas diferentes linguagens artísticas, considerando a diversidade cultural do Brasil. É Mestra em Música pela Universidade Federal da Bahia e atualmente é doutoranda em Educação na USP. Suas pesquisas analisam os processos de ensino e aprendizagem de música no contexto das culturas urbanas, em especial a Cultura Hip Hop, e também analisa práticas docentes de professores de Arte que utilizam culturas populares, tradicionais, dos povos originários e das culturas afro-brasileiras numa perspectiva de ensino decolonial.

Dênis Tì Ógun

Denis Mizael Bueno (Baba Denis de Ogun) é oriundo da cidade de Várzea Paulista. É um sacerdote com grande propriedade para introduzir e difundir o culto aos Òrìsà no município, por pertencer a uma das mais relevantes famílias de Culto aos Òrìsàs em Salvador, o Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, conhecido como Casa de Òsùmàrè, que é um dos mais antigos e tradicionais terreiros de candomblé da Bahia. Toda a fundamentação e religiosidade do Ilé Àsé Egbe Ògún Nire vem dos conhecimentos da Casa Matriz (Casa de Oxumarê) que por sua vez jamais deixou de cultuar a ancestralidade e o conhecimento dos nossos antepassados. Dr. Honoris causa pela Faculdade Febraica. Dr Honoris causa pela OCB (Ordens dos Capelães do Brasil), bacharel em Direito (Faculdade Anchieta), conselheiro do CMPC (Conselho Municipal de política cultural), de Várzea Paulista. Conselheiro do CMAS (Conselho Municipal de Assistência social) de Várzea paulista, prata da casa de Várzea paulista. Babalorixá do ile ase Egbe Ogun Nire (terreiro de Ogun) casa que completou 20 anos de fundação em Várzea paulista. Presidente da associação AJA (Apoio Jovens e Adultos).

Guga de Almeida

Dirigente Espiritual no Terreiro Tenda de Umbanda Cabocla Jaciara e Vovó Inácia. Técnico em recursos humanos, cofundador da Evoluir Consultoria sobre diversidade e Inclusão. Diretor do Movimento Aliados de Jundiaí, membro do Movimento Emancipa Ax.

Vive Almeida

DJ desde 2010 tem em sua pesquisa principal músicas de artistas brasileiros, em sua maioria provindos da região norte e nordeste do país. Nos últimos 5 anos sua playlist é formada de músicas interpretadas somente por mulheres Cis e mulheres Trans. Dentre os ritmos, sempre em evidência o samba, carimbó, forró, cumbia, axé, pagode baiano e rock em uma mistura de épocas que vão desde os anos 60 até os dias atuais.

Lavínia Gagliardo Oliveira

Conhecida como Lavinixx, é uma artista e skatista da região metropolitana de Jundiaí. Desde criança crescida numa família que consumia muito black music e jazz, aos 11 anos começou a andar de skate e ver uma perspectiva diferente da sociedade, colocando suas ideias em poemas. Desde então, ela canta e escreve suas próprias letras, é apresentadora oficial do Duelo Du Bronks (batalha de rima) e mantém vivo o sonho de ser uma artista renomada na cena do Rap e Trap Nacional.

Matheus Ribeiro da Silva Joaquim

Mais conhecido como Brook Mc, é residente de Várzea Paulista. Cresceu dentro da igreja com sua família, que sempre foi envolvida com música na vertente hip hop, Racionais MCs, Ao Cubo, Mano Reco. Fez aula de música na igreja onde aprendeu a tocar  instrumentos, como bateria, flauta, violão, guitarra, entre outros.

Acompanha batalhas de rima desde seus 12 anos, tendo agora seus 20 anos, só começou a rimar quando se “libertou” das grades do racismo que o prendiam e recuperou sua auto estima. Sonha em estourar com suas músicas que falam sobre negros, autoestima e como eles venceram.

Pedro Henrique da Cruz Costa

Conhecido na Oeste de São Paulo como Zé Pedrin, é um MC de Freestyle & Hip Hop na cena de Várzea Paulista e Jundiaí. Aos 9 anos, através do seu irmão mais velho Samuel, artistas como, Emicida, Negra Rê, BMO, Nauí, Jhony e Orochi. Hoje aos 17 inspira aos mais jovens da nova geração, uma cultura que salva vidas através de poesias e versos feitos na hora.

Mestre Bola 7

Mestre Bola 7 atua na Região Metropolitana de Jundiaí desde 1990. Em 2012, em Várzea Paulista, funda a Associação Cultural Expressão Brasil, tendo como ponto de partida a capoeira, desenvolve projetos socioculturais diversos que tem como princípios o exercício da cidadania, o respeito à diversidade e a inclusão social, alcançando principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social, seja em Várzea Paulista ou municípios vizinhos. Seu público-alvo são crianças, adolescentes, pessoas idosas e PCDs. Ao longo de sua existência, promoveu oficinas, encontros, palestras, vivências, intercâmbios e festivais, impactando milhares de pessoas direta e indiretamente. A Associação Cultural Expressão Brasil desenvolve atividades em diversos espaços públicos e privados de seu município sede, bem como em municípios vizinhos além de intercâmbios com outros estados e países.

Hilda de Araújo

Baiana da Chapada Diamantina, cresceu na região serrana do Rio de Janeiro e canta há mais de 20 anos. Carrega consigo essa mistura cultural e compartilhando no palco através da música. Sambista, canta samba e suas vertentes. Atualmente na região está à frente do Samba da Bença. Segundo Hilda, tudo vira Samba, de Anitta a Chico Buarque.