Empreendimento terá duas torres, com 66 apartamentos, e vai atender famílias que perderam suas casas no deslizamento da Vila Real em dezembro de 2024

Várzea Paulista inicia um marco na construção habitacional: a cidade será a primeira da do país a erguer prédios de quatro pavimentos com tecnologia em “Light Steel Frame”. O empreendimento, composto por 66 apartamentos divididos em duas torres, será destinado preferencialmente às famílias atingidas pelo deslizamento ocorrido em dezembro de 2024, na Vila Real, divisa com Jundiaí (Ivoturucaia).
O anúncio da obra ocorreu nesta quinta-feira (11), no auditório da Praça CEU, com a presença do prefeito Rodolfo Braga, gestores municipais e executivos, representantes das empresas responsáveis pela execução e CDHU. As obras começam já na próxima semana, com previsão de entrega em setembro de 2026.
O empreendimento de Várzea Paulista também ganha destaque pelo pioneirismo: será o primeiro prédio do Brasil a utilizar a tecnologia Light Steel Frame em quatro pavimentos. Em outras cidades do Brasil, a construção nessa modalidade é feita em até três andares apenas. Segundo Marcelo Zanini, diretor da empresa MChecon, fora do país essa estrutura só é permitida em edificações de até seis andares, o que reforça a inovação técnica do projeto brasileiro.



Zanini ressaltou ainda que o uso do sistema construtivo em aço, conhecido como Light Steel Frame, representa uma revolução no tempo e na qualidade da entrega. “Enquanto os empreendimentos convencionais levam cerca de três anos para ficarem prontos, esse modelo possibilita a construção em até um ano. É sustentável, não gera resíduos na base civil, consome menos água e facilita a manutenção predial no futuro”, explica.
As paredes também oferecem isolamento térmico, mantendo a temperatura interna mais estável — um diferencial importante em regiões de calor intenso.
O prefeito Rodolfo Braga destacou que o projeto alia inovação e responsabilidade social. “Quando tiramos um projeto como esse do papel, não é apenas a cidade que cresce. Ganha a economia local, porque atrai empresas, gera empregos e movimenta o comércio. Mas, acima de tudo, ganha a população, que passa a viver em um espaço digno, moderno e seguro”, contemporizou.

Infraestrutura e sustentabilidade
O conjunto habitacional terá área de lazer, playground, estacionamento para moradores e visitantes, hall de convivência, além de infraestrutura preparada para receber elevador e geração de energia solar. Todos os apartamentos terão 44m², divididos em dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. A medição de água, energia e gás será individualizada.
No entorno do empreendimento, a Prefeitura vai realizar a compensação ambiental com o plantio de mais de 500 árvores, preservando o equilíbrio ecológico da região.



Compromisso da gestão
A gestora municipal de Urbanismo e Habitação, Karen Gabrieli Corsini, ressaltou o papel social da iniciativa. “Essas moradias representam um recomeço. Assim que a obra for concluída, serão contempladas as famílias que foram classificadas em risco pela Defesa Civil, diante do desastre ocorrido em dezembro de 2024. É um compromisso do município com quem mais precisa”, explica.
Já o gestor executivo de Governo e Administração, Frederick Merten, reforçou a importância do modelo adotado. “É um empreendimento que combina rapidez de execução, sustentabilidade e eficiência. Um modelo que pode servir de referência para outras cidades”.
Etapas da obra
Com o início já na próxima semana, nesta primeira etapa será feita a limpeza da área e topografia. A Terraplanagem será concluída logo na sequência. Posteriormente, começa a execução da infraestrutura, que já conta com todos os projetos executivos aprovados.

Em seguida, inicia-se os levantamentos das torres em Light Steel Frame – previsto já para o início de 2026. A expectativa é de que a entrega final seja feita em 10 meses, com a primeira fase em abril de 2026 e conclusão no segundo semestre do mesmo ano.
O empreendimento é fruto do convênio firmado entre a Prefeitura e o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU.
Participaram do encontro Silvio Bersan, Gerente de obras da CDHU; Carlos Alvin, Coordenador de Obras da CDHU; Sergio Serra, Coordenador de obras Sondotécnica; Darcio Nakayama, Marcelo Zanini, diretor da empresa MChecon; Coordenador de Projetos Sondotécnica; José Ricardo Araujo, Supervisor de Obras Sondotécnica; Guiomar Rocha Giaretta, Fiscal de Obras Sondotécnica; Gabriele Chagas, Técnica de Obras Sondotécnica; Edinaldo Gomes, Engenheiro Responsável Engemais; Felipe Sampaio, Engenheiro residente da Engemais; dos gestores da Prefeitura participaram também: Marcos Faria Gestor Executivo de Habitação e Regularização Fundiária, Cleverson Néri Gestor Executivo de Planejamento Urbano.