Várzea Paulista participa do 4º EncontrAfro

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Festival promoveu roda de conversa sobre arte e empreendedorismo, teve muitas trocas e trouxe empoderamento com recorte racial

Nesta terça-feira (19), Várzea Paulista recebeu, na Praça CEU, o 4º EncontrAfro, festival de empoderamento que promoveu um encontro entre pessoas e profissionais negros da região de Várzea Paulista e demais localidades, por meio de múltiplas linguagens artísticas, debates e ações sociais, potencializando a representatividade e visibilidade, além de consolidar redes pessoais e profissionais.

Em 2022, o festival vem sendo realizado de 17 a 25 de julho, nas cidades de Jundiaí, Várzea Paulista, Jarinu, Campo Limpo Paulista e Itatiba, em diversos horários de acordo com a programação. São espaços de múltiplas linguagens artísticas do festival, além de debates e ações sociais, conjuntamente a entidades, movimentos sociais e outros coletivos, potencializando a coletividade. Todas as atividades programadas são gratuitas e acessíveis a todos os públicos. Confira: https://tinyurl.com/3t67sd57.

De acordo com a gestora da Unidade Gestora Executiva de Cultura e Turismo de Várzea Paulista, Renata Câmara, o encontro como um todo e a busca de valorizar a cultura afro, por parte do órgão que ela chefia, deixam-na extremamente orgulhosa. “Várzea Paulista vem tentando resgatar a equidade racial. Isso é articulado há muitos anos. A Unidade de Cultura está aberta e disposta, para que avancemos nesta questão”, finalizou a gestora.

Coletivo #PretaEU

#PretaEU é um coletivo de mulheres negras, formado em 2016, com o objetivo de empoderar as mulheres, em especial as negras, utilizando o conhecimento e o engajamento social, de modo a fomentar a representatividade e visibilidade no cenário local. Mariana Costa é membro do coletivo, e ressalta que o objetivo dessas ações é convidar as pessoas a se movimentar e ocupar espaços. “Levando a nossa gente para todos os espaços, porque não tem nós sem nós”, finalizou ela.

Roda de conversa

Silvia Marcelino, uma das diretoras do coletivo PretaEu, trabalhou como técnica de enfermagem em Várzea paulista por 32 anos. Ela comentou durante a roda que o coletivo começou dentro de uma garagem e agora está presente em cinco cidades. “Dentro do coletivo a gente se empodera ainda mais. Hoje eu trabalho pelo meu empoderamento e pelo de todas”, comentou a diretora.

A mediadora da roda, Ana Moraes, começou a conversa com um provérbio africano, demonstrando a importância da ancestralidade. “Uma árvore pela metade ainda pode crescer, e nós também somos assim”, relatou.

Ana Lucia Gagliardo, da Associação Fabricando Arte, abordou a importância de dar maior visibilidade ao empreendedorismo local. “Todos nós somos um só. Por isso temos que nos apoiar, enquanto lutamos por mais políticas públicas”.

O advogado, coordenador do Procon Racial e do acolhe.black, Ed Matos, explicou como funcionam as ferramentas, e para que servem. “Nosso povo precisa de informação. A questão do racismo não vê conta bancaria, ela não vê nada além da nossa cor”, finalizou.

Já a munícipe varzina e dona do salão Stillo Braid, Regiane Ferreira, que também participou do bate-papo, relatou que empreendedorismo é não desistir. “O negro pode ser dono, e eu almejo que nos sejamos vistos, e possamos representar os nossos”, finalizou ela.

A chefe de Políticas públicas para as Mulheres, Patrícia Felix, da Unidade Gestora Municipal de Desenvolvimento Social, também marcou presença na roda de conversa. “É a primeira vez que participo, e é um prazer fazer parte do movimento”, afirmou.

Homenagem

Durante a roda de conversam, a artista visual Bruna Santos, 32 anos, atuante no grafite desde 2015, conseguiu fazer um mural de grafite na parede que homenageia Rosana Marcelino, irmã da diretora Silvia Marcelino. “Este trabalho vai perdurar para sempre. Fazê-lo com a estética dessa mulher local e racializada traz representatividade para pessoas como ela”, relatou a artista.