Trabalho voluntário leva educação e esperança ao Cras Norte

Desenvolvimento Social - Destaques

Professora voluntária ensina pessoas da comunidade a ler e escrever e alunos já sonham com dias melhores

De forma criativa, a professora Regiane Aparecida dos Santos (48), dedica um dia de sua semana para ensinar de forma voluntária pessoas que são acompanhadas pelo Cras Norte (Centro de Referência em Assistência Social) a ler e a escrever.

Segundo a voluntária Regiane, o trabalho voluntário surgiu após um momento de superação. “O câncer me fez repensar de forma intensa a minha vida e meus caminhos, e quando a depressão chegou, optei por viver o que mais gosto de fazer: ajudar as pessoas a superarem seus desafios através do aprendizado”, conta ela. “Não posso reter em mim o que pode ser útil para outras pessoas. Tenho uma vontade inexplicável de querer ajudar”, conta a professora.

Segundo a gerente do Cras Norte, Valdirene Miranda, a professora Regiane é uma daquelas pessoas que fazem realmente a diferença na vida dos outros. “A professora Regiane tem uma história linda de superação e desde que chegou com a sua arte de ensinar tem nos ajudado a cuidar das pessoas de uma forma especial”, afirma.

A Oficina de Alfabetização acontece sempre às quintas-feiras, das 09 às 11horas, no Cras Norte, localizado na Rua Capivari, 405 – Vila Real. O horário matutino é o ideal para idosos e pessoas que estão em suas casas durante o dia.

Método lúdico

Segundo a professora voluntária, um dos métodos utilizados na alfabetização dos adultos é apresentar um objeto ou fruta que é a comum a todos, e depois, explorar os sons produzidos pela junção das letras. “Essa é uma forma de saber ler e interagir no dia a dia. Também usamos brinquedos educacionais – jogos de quebra cabeças que promovam a construção do aprendizado”, explica Regiane. “E quando um aluno evolui, ele passa a ser um agente multiplicador dentro da oficina e também em seu ambiente familiar”.

E a chegada de novos alunos a oficina é sempre positiva. “Quando a pessoa chega já é inserida no processo da oficina entre os colegas. A vida deles é assim, possuem facilidade de interação. Como uma grande família”, conta feliz a professora. “Aqui utilizamos o lúdico, explorando o visual e os sons de uma maneira simples e no tempo de cada um”, conclui a voluntária.

Novos sonhos

O aluno Antônio Rodrigues, de 66 anos, morador da Vila Real, conta que foi ao Cras Norte em busca de informações sobre benefícios do governo e foi convidado a conhecer a oficina de alfabetização. “Três meses depois aprendi a ler e a escrever. E agora sonho em voltar ao mercado de trabalho como porteiro”, diz animado.