Em coração de mãe sempre cabe mais um

Destaques

Professora da rede municipal de Várzea Paulista mostra que o amor de mãe pode percorrer caminhos inesperados

 

Alguns podem chamar de destino, outros, falar que é a mão de Deus, mas quando duas pessoas precisam se encontrar, a vida sempre acha uma maneira para uni-las. E foi assim, na vida da professora da rede municipal de Várzea Paulista, Elenice Saraiva.

 

Elenice morava em São Paulo e, ao passar no concurso público para atuar na rede de educação varzina, mudou-se para a cidade. “Toda a nossa família é de São Paulo, nossos planos eram ficar por lá, mas como passei no concurso, eu e meu marido nos mudamos para cá”, conta a professora. E foi durante as aulas, que Elenice sentiu um chamado do coração. “Uma criança em especial tocou meu coração, eu a amei no primeiro instante que a vi. Eu sabia que um dia seria minha filha”, relata. A criança em questão era uma das assistidas pela Casa Transitória.

 

O jovem casal, conta que nunca havia pensado em adoção. “As coisas foram acontecendo naturalmente e quando vimos, a decisão pela adoção já fazia parte dos nossos planos”, fala Claudio Saraiva. “Fomos ao Fórum ver os procedimentos a serem seguidos, que são muitos, e ficamos sabendo sobre a fila de adoção e que não teríamos como adotar uma criança em especial”, fala o marido.

 

“Nesse momento meu coração ficou aflito, mas sabia que um dia aquela criança seria minha filha”, ressalta Elenice. Este processo durou aproximadamente dois anos, quando o casal estava quase perdendo as esperanças na adoção, uma decisão movimentou a família.

 

 

Vamos ter um bebê

 

“Não sabíamos se a adoção daria certo, então decidimos ter um bebê. Naquele momento nosso projeto seria curtir a criança por uns dois anos e depois voltar a pensar na adoção”, diz a professora. Mas a vida tinha outros planos para o casal. Quando Elenice já estava grávida, foi informada que a criança dos seus sonhos estava apta para adoção, e mais, que sua irmã também. “Eu estava com oito meses de gestação, quando as meninas chegaram. A adaptação foi mais rápida do que de costume, mas da maneira que tinha que ser”. As crianças ajudaram a escolher a mobília para o quarto que dividiriam com o bebê e foram se integrando ao novo lar. “As meninas vieram em maio e o parto aconteceu em junho. Nossa família que era formada por um casal, aumentou para cinco pessoas em menos de um mês”, conta sorridente a mamãe.

 

Segundo Claudio, que já possui dois filhos de um relacionamento anterior, no coração há lugar para todas as crianças, já no carro. “De repente a casa ficou pequena, tivemos que trocar de carro e ir nos adaptando, mas esse sonho é tão bom, que não há espaço para reclamar”, afirma o pai.

 

 

 

Maior amor do mundo

 

Ao falar das filhas, os olhos da professora se enchem de lágrimas. “Algumas vezes fiquei em dúvida se conseguiria amar tanto o bebê, quanto já amava essa criança. Mas quando ela nasceu e as meninas chegaram, quando vi minha casa cheia, percebi que o amor só aumentava e que eu era capaz de amar cada uma delas de uma maneira única e especial”, diz.

 

Durante a entrevista, a filha mais velha, prestou atenção, mesmo de longe, na história contada pelos pais, e quando questionada sobre como se sentiu, ao saber que a professora querida, havia finalmente se tornado sua mãe, os olhos cheios de lágrimas, contam o que a criança ainda não consegue expressar em palavras.

 

           

Dia das Mães

 

E desse encontro de vidas, uma família feliz se formou. E para comemorar um ano de casa cheia, a celebração de Dia das Mães será especial. “Já temos compromisso para sábado e domingo, será um final de semana muito especial”, garante Claudio. Já a mãe, que olha feliz para a sua prole, demonstra, no sorriso, que o presente maior já está ganho. “Hoje não consigo resumir o tamanho do amor que sinto. Minha vida é muito melhor, do que tudo que já sonhei um dia”, afirma a mamãe Elenice.