História

Início

A história de Várzea Paulista começa em 1867, quando os ingleses construíram a estrada de ferro que liga Santos a Jundiaí. A estrada passava por uma várzea campesina, com um saliente acidente geográfico e as águas cristalinas do rio Jundiaí.

O local começou a ser povoado dezenove anos depois da inauguração desse trecho ferroviário, no final do século XIX, mais precisamente em 1886. O primeiro morador varzino foi Isaac de Souza Galvão, que montou a primeira olaria do local. Consta que a cidade também participou do ciclo do café, que acabou com a intensa geada de 1878.

A empresa franco-ítalo-suíça Societé des Distilheiries Brasiliennes instalou uma destilaria de álcool em terras varzinas e viveu tempos prósperos até 1888, quando finalmente foi abolida a escravidão. Em 1891 foi inaugurada a Estação Ferroviária, com arquitetura e materiais ingleses.

Em agosto de 1956, o Cartório Civil teve seus livros liberados para assentamentos. O nome do distrito era Secundino Veiga, em homenagem ao jornalista que morreu na época. O primeiro registro de nascimento foi realizado em 14 de agosto de 1956. O primeiro casamento foi realizado em 05 de setembro do mesmo ano.

O cartório substituiu a denominação de Secundino Veiga para Distrito de Várzea, em alusão ao terreno ribeirinho, baixo e plano, situado às margens de um rio. Várzea ainda era distrito de Jundiaí quando Antenor Fonseca foi eleito vereador, representando-a na Câmara Municipal de Jundiaí, de 1960 a 1963.

Em 1964, um grupo de varzinos, formado por Francisco de Assis Andrade, João Aprillanti, Armando Pastre, Victorino Vieira Santana, Antenor Fonseca, Benjamin de Castro Fagundes, Milton Lebrão, Otávio Félix e Farid Feres Sada se reuniu para requerer a emancipação político-administrativa do local. A Assembléia Legislativa de São Paulo deu início ao movimento de emancipação por meio da lei estadual 5820.

No dia 21 de março de 1965, o distrito foi elevado a município de Várzea Paulista. O Paulista no nome da cidade surgiu como identificador de mais uma conquista dos bandeirantes.

A boa localização junto à estrada de ferro e o pioneirismo econômico renderam à Várzea Paulista uma situação privilegiada em relação à quantidade de indústrias instaladas. A partir da emancipação e até aproximadamente 1972, ocorre a organização da estrutura administrativa da Prefeitura recém instalada, cadastrando as propriedades imobiliárias, as fábricas e casas comerciais para o lançamento de impostos.

Também tem início o alargamento de ruas e assentamento de guias e sarjetas. Com o passar do tempo, começa o serviço de saúde e a construção do primeiro conjunto habitacional, edificando dezenas de unidades no bairro da Promeca. Foram também adquiridos, através de desapropriação, os galpões do atual Paço Municipal. Criaram-se mecanismos para aumentar o parque industrial, atraindo as primeiras fábricas da Várzea Paulista emancipada, como a Elekeiroz, que em 1923, adquiriu um terreno para construção de sua fábrica.

Brasão e o Pavilhão são os símbolos do Município

A cidade de Várzea Paulista possui como símbolos o Brasão de Armas, de autoria do professor Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, criado em 1972. A coroa de seis torres representa o território emancipado.

Os escudetes dispostos em roquete reproduzem a armaria das famílias Galvão, Souza e Castro. O primeiro escudete homenageia o fundador Issac de Souza Galvão através de uma águia. O segundo representa José Souza Constantino, como figura de um leão, e o terceiro eterniza Eduardo de Castro, com a figura de um cavalo marinho.

A cor verde do campo do escudo representa honra, civilidade, cortesia, abundância, paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza religiosa. O negro das armas de Galvão simbolizam prudência, sabedoria, moderação, austeridade e firmeza de caráter. Já o azul das armas dos Souza e dos Castros, figuram como justiça, nobreza, perseverança, zelo lealdade. A cor vermelha representa o amor pátrio, dedicação, audácia, intrepidez, coragem e valentia.

As olarias e as cerâmicas, empreendimentos fundamentais para formação do povoado, são lembradas na forma de chaminé. As engrenagens lembram o parque industrial, responsável pelos produtos e pela geração de empregos.

A Bandeira

O estandarte municipal apresenta o Brasão à esquerda. A aplicação está no centro de um triângulo simbolizando a cidade. A faixa branca e a faixa vermelha representam o Poder Municipal. Os espaços verdes lembram as propriedades rurais, que se multiplicaram em equilíbrio com a expansão urbana.

Varzino ou Varzeano

As duas expressões estão corretas, pois designam aquele que é natural ou que habita em uma “várzea”. Contudo, a expressão VARZINO é mais adequada, já que varzeano refere-se a alguém que habita a região de alagados.

Várzea Paulista e suas localizações geográficas

O município está em cima de um terreno acidentado destacando-se as elevações das serras existentes além de regiões baixas (vales ou várzea). Várzea possui as seguintes coordenadas geográficas: 23º13’ latitude sul e 45º19’ longitude oeste. Limita-se ao sul com Campo Limpo Paulista e a norte, leste e oeste com Jundiaí. A sua altitude está a 720,50 metros em relação ao nível do mar tem um clima ameno (tropical de altitude) com temperaturas que variam de 12º a 30ºC. A umidade relativa do ar chega 45% no inverno e 75% verão. Os níveis de chuva chegam a 375 mm no outono e 195 mm no inverno.

Várzea Paulista está há 57 km de São Paulo e 7 km de Jundiaí e 5 km de Campo Limpo Paulista. Tem acesso pela Via Anhanguera, Rodovia dos Bandeirantes, Via Do Pedro I, Circuito das Águas, Rodovia Edgard Maximo Zambotto.

Vias Principais

As principais vias públicas são a Avenida Fernão Dias Paes Lemes, com uma extensão de 2.300 metros, e a Avenida Duque de Caxias, agora totalmente duplicada, com 2.850 metros. A parte hidrográfica é formada pelo Rio Jundiaí, Córrego Guarani, Córrego Bertioga, Córrego Pinheirinho, Córrego do Mursa, Córrego da Invernada, Córrego do Japonês, Córrego Queiroz, Córrego do Rabicho, Córrego Promeca e Córrego do Tanque Velho.

Habitantes

Nos últimos anos Várzea Paulista teve um crescimento populacional vertiginoso. Em 1970 o número de habitantes era de 9,910, saltando para 33.835 em 1980. Quase 30 anos depois chega a soma de atual de 107.211 mil. O crescimento coloca a cidade como a segunda mais populosa da região de Jundiaí.

A cidade das orquídeas

Em 2005, ao completar 40 anos de emancipação, Várzea Paulista conquistou sua identidade cultural ao se tornar a Cidade das Orquídeas. Reconhecida como um dos maiores pólos produtores de orquídea na América Latina, a cidade conta com cinco orquidários de grande importância, além de cultivadores e centenas de orquidófilos.

O orquidário Biorchids, localizado no bairro do Mursa e considerado um dos maiores da América Latina, chega a produzir mais de um milhão de mudas ao ano, exportando para países como China, Tailândia e Estados Unidos.

Por sua importância no desenvolvimento econômico e social do município, desde 2005 a Prefeitura realiza a Orquivárzea, congregando orquidófilos de todo o Brasil, numa exposição que reúne mais de 10 mil espécies. A festa é também um momento de efervescência cultural, divulgando talentos da região e trazendo artistas renomados e de alta qualidade para a festa que recebe visitantes de várias partes do Brasil e também do exterior.

Mais serviços para a comunidade

Das 16 escolas de 2006, Várzea Paulista conta hoje com 30 escolas municipais. São construções e reformas, implantação da primeira unidade escolar em algumas regiões, inovação com aulas de inglês, espanhol, filosofia, educação artística e educação física. Para tornar essa transformação efetiva, Várzea Paulista busca novos mecanismos para otimizar o ensino, a exemplo das paradas pedagógicas, que unem arte e educação, encontros de formação e grupos de estudo. São melhorias que permitem um ensino mais dinâmico e eficaz, atraindo maior atenção dos alunos, motivação dos educadores e aprovação dos pais.

O primeiro hospital público do município foi inaugurado em janeiro de 2008 e ampliação da Av. Duque de Caxias, principal ligação entre Jundiaí, Várzea e Campo Limpo, também ocorreu no mesmo ano.

Em 21 de dezembro de 2008 foi entregue à população o parque ecológico Chico Mendes, destinado a lazer, pesquisas e educação ambiental. O local também conta com parque infantil, estacionamento, Centro de Inclusão digital, biblioteca, salas de aula, área para palestras e oficinas.

No esporte a cidade oferece várias modalidades a pessoas de todas as idades. Programas que oferecem aulas de teatro, dança de salão, ginástica, yoga e dezenas de outras modalidades e disputas esportivas entre as escolas. Para a pessoa idosa também contemplada com o vôlei adaptado, e aulas de ginástica, já popular na cidade. Futsal, malha, arremesso de martelo, basquete, entre outros, representam a cidade em jogos regionais.

Mais Cultura

Na cultura, a cidade realiza festas que tornaram tradicionais na região e Estado. Criação da Orquivárzea, Festa das Orquídeas, tendo a orquídea como símbolo da cidade. O carnaval popular de rua, uma das maiores manifestações culturais da região. Encontro de Folias de Reis e Encontro de Violeiros, promovendo as atividades com as comunidades de cultura popular e folclórica de conhecimento nacional. Oficinas gratuitas no Centro Cultural, teatro, dança de catira, instrumento musical. Feira de Artesanato na Praça Castro Alves, na qual expõem sua arte como forma de geração de renda. O Cinema na Praça, através do Cineclube Estação Imagem, com exibições de filmes em local público e escolas. Sarau poético e musical, realizados em todos os cantos da cidade, nos quais a população se encontra para troca de experiências artísticas e para apresentar sua arte, revelando talentos. A Escola de Música é o grande incentivo oferecido a população, com a Banda Sinfônica descobrindo talentos e ajudando jovens e crianças a desenvolverem suas habilidades musicais.

Participação Popular

Em 2005 a população é convidada a participar das decisões nos rumos da cidade, ajudando e compartilhando com o governo a responsabilidade nas resoluções sobre como e onde investir parte do dinheiro público arrecadado pela Prefeitura. A participação tem sido possível graças ao Orçamento Participativo, processo de participação popular que tem promovido de forma constante e efetiva a conscientização dos cidadãos sobre o seu papel na transformação da realidade do município.

Várzea Paulista cresce também em infraestrutura, economia e desenvolvimento social e cidadania tendo a participação popular como instrumento principal de transformação na história da cidade.

Curiosidades

Os ingleses, com seus dormentes e trilhos, aportaram na Várzea em 1867, no mesmo ano em que inauguravam a São Paulo Railway. Em 1891 inauguraram a Estação de Trens, a mesma em funcionamento até hoje, com trens de carga e passageiros, movimentando o dia-a-dia ao redor da estação, com a atuação de chefes de Estação, carabineiros, sinalizadores, portadores de cargas e descargas, pessoal de via permanente ou “soca”. Os ferroviários políticos Armando Dias, Arnaldo Netto e Vitorino Vieira Santana também contribuíram para o desenvolvimento local.

A primeira e única vereadora a preencher vaga na Câmara Municipal foi Idoroti de Souza, neta de José Constantino, eleita em 1964 e 1969. Dentre suas indicações estão a criação da Biblioteca Municipal, atualmente funcionando no Espaço Cidadania. Quando criança, Idoroti aproveitava para tomar banho no Córrego do Pinheirinho, que também era utilizado para lavar roupa.

A Ponte Seca é uma referência da arquitetura inglesa. A placa comemorativa e identificadora, de 1899, é da São Paulo Railway, que na época edificou uma ponte sobre seus trilhos, unindo as duas regiões separadas pela estrada de ferro, onde estavam instaladas várias olarias, além de plantações de uva e outros produtos agrícolas. A sabedoria popular denominou-a como “Ponte Seca”, por não transpor nenhum córrego. Logo essa denominação se popularizou, dando o nome para o bairro.

Uma impressionante geada deixou os cafeicultores arrasados no ano de 1878, em toda região atingindo a povoação de Várzea. O fenômeno foi tão dramático que os historiadores apontam como fim do ciclo do café na região. A geada queimou os cafezais, danificando até suas raízes. Os agricultores aguardavam novos direcionamentos, quando uma empresa franco-ítalo-suíça escolheu as áreas margeando os trilhos da Estrada de Ferro para plantar mandioca. O propósito era instalar uma destilaria de álcool, tendo a mandioca como matéria prima. A firma denominada Societé des Distilleiries Brésiliennes, encontrou terras férteis e a estrada de ferro para escoamento da produção. A mão-de-obra era escrava.

Abolição

A agricultura e a indústria não eram dissociadas. Uma funcionava em razão da outra e Várzea Paulista se destacou com a plantação de eucalipto, cana-de-acúcar e uva, hoje, pouco desenvolvidas na cidade.

Tijolos e árvores

Em 1948, foi inaugurada a Via Anhanguera, que passa a contribuir ainda mais para o avanço industrial da região, incentivando a instalação de novas fábricas e atraindo um forte contingente de operários, que iriam dar condições de mão de obra a instalação de novos empreendimentos. Várzea, neste processo, cooperava com cerca de 60 olarias, suprindo o mercado consumidor de Campinas e São Paulo, com uma produção diária de 650 mil tijolos.

A vocação para o crescimento econômico de Várzea é a tônica de sua história, a exemplo da rápida expansão da olaria, indústria pioneira que conquistou grande desenvolvimento. A iniciativa não demandava grandes investimentos, tampouco recursos técnicos, aproveitando ainda a matéria-prima abundante e barata na região, como o barro, que, processado e cozido, foi convertido na primeira fonte de receita do então pequeno povoado.

No entanto, os fornos e caldeiras, sejam das olarias, fábricas ou ainda para uso da estrada de ferro, eram abastecidos com madeira de eucaliptos. Para tanto, as empresas iniciaram um gigantesco processo de derrubada de madeira de lei e árvores nativas para a plantação de eucaliptos e, consequentemente, a obtenção da madeira propícia para o uso nos fornos. A ação, que ocorreu não somente em Várzea, mas em toda a região, provocou uma intensa degradação ambiental que até hoje tem reflexos negativos. O ciclo do café e o ciclo da mandioca também contribuíram muito para o desmatamento local.

Com tanta matéria-prima retirada do meio ambiente, Várzea Paulista já produzia tijolos numa escala que supria as necessidades da região, chegando a abastecer a capital paulista com seus tijolos, imprescindíveis para construção civil da época.

Durante todo século XX a indústria teve sua posição de destaque na formação da cidade. A primeira foi a Elekeiroz, instalada em 1923, antiga Societé des Destilleries Bresilienne, adquirida pelo paulista Luiz de Queiroz, produzindo inseticidas, produtos farmacêuticos e fertilizantes. A Alfred Teves, depois I.T.T., hoje Continental Teves e KSB, 1957, também foram pioneiras na cidade.

A Estação de Várzea Paulista foi fundada no dia 1º de julho de 1891 e foi fundamental para o desenvolvimento da cidade. Desde sua fundação foi palco de embarque de grande parte de seus moradores, empresas e comércio. Hoje, ela é um Patrimônio Histórico do Município. Trata-se de uma das poucas estações que não sofreram nenhum tipo de reforma ou construção.

Cronologia histórica de Várzea Paulista:

1867: Chega Isaac de Souza Galvão com a olaria e com a venda de “secos e molhados”;
1891: Inaugurada a Estação Ferroviária de Várzea;
1900: Chega a família do Cel. Eduardo Álvaro de Castro e adquire muitas terras e é edificada a Capela Nossa Senhora da Piedade em terreno doado por José de Souza Constantino;
1905: Aumenta o número de olarias e plantações;
1910: Instalada a Escola da Estação de a “Casa da Professora”;
1911: No Pito Aceso ou Moinho (hoje Promeca) é erguida a capela Santo Antonio;
1920: As famílias pionieiras chegam para agricultura e as olarias;
1923: A empresa Elekeiroz adquire terras para se instalar na cidade;
1930: Início do povoamento, em virtude dos negócios imobiliários de Eduardo de Castro;
1950: Surge o Bairro Promeca;
1951: Os padres Salvatorianos instalam o Seminário do Bairro Bertioga, no local conhecido como “Sitios dos Padres”;
1954: Começa a campanha para elevação de Várzea para Distrito;
1956: Várzea é elevada a Distrito com a denominação de “Secundino Veiga”;
1960: A denominação de Distrito Secundino Veiga muda para Distrito de Várzea;
1963: Têm início o movimento de emancipação. O plebiscito é convocado para 1º de dezembro, o governo veta a emancipação e Assembléia rejeita o veto;
1964: A revolução de março não autoriza a convocação de eleições para o novo município e conseqüentemente sua instalação;
1965: As eleições são realizadas em 7 de março e o município é instalado em 21 de março;
2005: Várzea Paulista é reconhecida como a Cidade das Orquídeas;
2013: Inauguração da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da cidade;
2015: Mais de 300 famílias dos bairros da região do Jardim Gauchinha recebem água encanada;
2016: – Várzea Paulista ganha a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Poupatempo da Saúde (central de especialidades médicas e exames), que, com o Hospital Municipal, compõem o Quarteirão da Saúde;
– Várzea Paulista ganha Centro Esportivo Jardim Cruz Alta, com primeiro campo iluminado da história da cidade;
2017: Várzea Paulista ganha Centro de Esportes da Vila Marajó;
2018: – Viaduto Hermínia Fragas Cantareira, do bairro Ponte Seca, é inaugurado;
– Jardim Itália ganha Creche Proinfância Arnalto Netto;
2019: Novo Parque Chico Mendes é inaugurado, no Jardim Paulista.