Torcedores do Nova Desportiva e Atlântico lotaram a arquibancada do campo do Jardim Paulista e as ruas nos arredores para acompanhar a final do Campeonato Amador de Várzea Paulista

Muita gente aos poucos ia chegando, e dando outro tom ao domingo no município.
Minutos antes de a partida começar, mais uma festa. Esse era um espetáculo à parte, a chegada das torcidas organizadas, de um lado as cores preto, branco e amarela dos “Os Cornetas” (Nova Desportiva); do outro, vermelho, azul e branco da torcida Atlanticana (Atlântico), os batuques ditavam o ritmo. De acordo com a organização, mais de três mil pessoas assistiram à partida, um recorde para o evento.
Em pouco tempo a arquibancada estava lotada e não só ela. Nos arredores do gramado, faltava espaço. Com um assento improvisado próximo ao alambrado, estava “seu” Agenor Reis de 62 anos, que assistia, pela primeira vez, a uma final em Várzea Paulista. “Estou morando na cidade tem apenas três anos. Nunca tinha acompanhado um jogo. Estou até assustado com o tamanho das torcidas e espero que o melhor vença”, completou o jardineiro.
Para Lucas Doria, morador do jardim Satélite, a final foi mais do que um belo exemplo de respeito entre os torcedores, foi um jogo de alto nível. “Na minha opinião, foi a melhor final que já vi. Valeu ter acompanhado o jogo”.
Guilherme Silva, também destacou a qualidade do jogo. “Foi uma partida disputada. Não faltou vontade e raça a nenhum dos jogadores. Foi um jogo digno de final”.
Emoção especial mesmo sentiu Claudio dos Santos, o “Dinho”, diretor da torcida Atlanticana, presente em 5 dos 7 títulos do time. O jovem descreve a final de 2015 como uma das melhores da história do Amador, destacando que é a prova concreta de que é possível ter paz no futebol “Antes mesmo do jogo, fizemos algo inédito entre as duas torcidas: nos reunimos e firmamos uma união, e o respeito prevaleceu durantes as duas partidas”. O torcedor se empolgou com a novidade. “Foi lindo de ver. Tenho que agradecer essa parceira. Quem ganha são as famílias e o futebol varzino. Estamos de parabéns!”.
O clima de cordialidade também existiu por parte da torcida “Os Cornetas”.
O presidente do grupo, Fábio de Sousa Lima, aponta que a festa das arquibancadas de Várzea Paulista precisa ser seguida. “Foi um trabalho em conjunto com a torcida do Atlântico, algo que merece ser mostrado. Existe união entre os times”. A atitude pacífica é muito positiva. “Todos ganham – o município, os times, os torcedores e, é lógico, o futebol”.
E os números desse show fora de campo não param. Do lado do Atlântico foram 5 lindas bandeiras, e diversos banners com o símbolo e cores do time. Pelo lado do Nova Desportiva o destaque fica para a bandeira de 19×10 metros – a maior da região.
Essa união entre as torcidas foi vista logo no inicio da partida. Torcedores dos dois times carregaram juntos uma faixa, com os dizeres “Juntos pela Paz”.
O presidente da Liga de Futebol Amador e coordenador de Esportes de Várzea Paulista, Luiz Antonio Silva, o “Picharro” , falecido em setembro por problemas de saúde, foi homenageado pelos finalistas.