Formação promovida pela Unidade Gestora de Educação, em parceria com o Sesi Jundiaí, destacou a importância do diálogo entre escola e família para o desenvolvimento das crianças e a promoção de práticas pedagógicas inclusivas

Na manhã da última quinta-feira (8), o auditório da Praça Céu foi palco de um encontro que tocou corações e renovou propósitos. Trinta e dois diretores das escolas municipais participaram de uma capacitação marcante promovida pela Unidade Gestora de Educação, em parceria com o Sesi Jundiaí, por meio do programa Escola Sem Barreiras. A formação foi conduzida pela Analista Técnica Educacional Livia Rosa Souza, que trouxe reflexões profundas sobre o papel transformador das famílias na inclusão das crianças.
O foco do encontro foi a Educação Inclusiva, com o objetivo de ampliar a visão dos diretores sobre as necessidades educacionais especiais e fortalecer a cultura da empatia e do acolhimento nas escolas. A cada relato compartilhado, surgiam olhares atentos, expressões comovidas e, por vezes, lágrimas silenciosas diante das histórias que evidenciaram o poder de uma escola que escuta, acolhe e transforma.

De acordo com a gestora de Educação, Magali Oliveira Augusto de Souza, o encontro foi uma oportunidade valiosa para olhar com mais sensibilidade os desafios enfrentados por diretores, professores e também pelas famílias. “Toda adversidade no processo de aprendizagem envolve muitos fatores: as expectativas das crianças, as dificuldades que elas expressam, o papel essencial dos pais na formação e, principalmente, as estratégias que precisamos construir para que a família se sinta parte desse processo. Quando a escola e família seguem juntas, quem ganha é a criança”, destacou.
Mais do que uma capacitação, o evento foi um convite à sensibilidade e à renovação do compromisso de cada diretor com uma educação mais justa, acessível e humana. A iniciativa faz parte de um esforço contínuo para qualificar a atuação dos profissionais da educação, por meio de formação continuada, acesso a materiais pedagógicos acessíveis e sensibilização da comunidade escolar.
Segundo a palestrante Livia Rosa de Carvalho, o trabalho com inclusão vai muito além da sala de aula — ele nasce no diálogo entre escola e família. “Como podemos incluir verdadeiramente a família na formação das crianças, especialmente quando lidamos com contextos de vulnerabilidade, histórias de dor e realidades complexas? A inclusão não é apenas uma metodologia pedagógica. É, antes de tudo, um compromisso ético com a dignidade humana”, afirmou Livia, emocionando os participantes com relatos reais sobre o poder da escuta sensível e da presença familiar no processo educativo.

Durante a capacitação, tornou-se evidente que discutir o papel da família na educação exige também uma compreensão ampliada do que significa ser família nos dias de hoje. As configurações familiares são diversas: mães solos, pais do mesmo sexo, avós que assumem a criação dos netos, entre outras formas de cuidado e vínculo. Essa diversidade, muitas vezes refletida nas histórias compartilhadas pelas crianças, reforça a necessidade de uma escola que esteja preparada para dialogar com diferentes realidades, sem julgamentos e com acolhimento genuíno.
Foi o que expressou, emocionada, a diretora da Cemeb Zilda Arns, Marisilda Pinheiro Andrello: “Lidamos com crianças que, muitas vezes, não têm uma estrutura familiar, mas elas possuem uma singularidade que pode dar frutos, desde que sejam ouvidas, acolhidas e respeitadas dentro de seus direitos. A escola de hoje não é mais a mesma de antes. O papel da escola é, justamente, trazer alternativas para trabalhar com as singularidades de cada criança”, finalizou.

