Peça Somos Todos Chico Rei enaltece povo africano a alunos da escola Padre Wilfrido

Número do Núcleo Preto de Artes Afro-diaspóricas apresentou a linda história do monarca africano, abordando a diversidade e o incentivo para que as crianças se sintam parte da realeza

O Cemeb (Centro Municipal de Educação Básica) Padre Wilfrido Wieneke (Residencial Aimoré) recebeu, nesta sexta-feira (28), a animada peça Somos Todos Chico Rei, apresentada pelo Núcleo Preto de Artes Afro-diaspóricas, formado por atores negros e negras. A peça contou a saga — que não se sabe ser biográfica ou não — do antigo homem-rei africano capturado e levado ao Brasil como escravizado, que protagonizou uma verdadeira história de empoderamento, representatividade, libertação de escravizados, respeito à ancestralidade e religiosidade. A ideia foi celebrar a diversidade e a nobreza das comunidades afro-diaspóricas e permitir que as crianças se sintam parte dessa realeza.

Foram 216 alunos contemplados, de 11 turmas: 66 da Educação Infantil (Etapas 1 e 2) e 150 do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). A peça foi promovida com recursos da Lei Paulo Gustavo, incentivo federal a manifestações culturais e artísticas. Em Várzea Paulista, quem gerenciou os cadastros e acompanhamento das inscrições dos projetos foi a Unidade Gestora Executiva Municipal de Cultura. A Unidade Gestora Municipal de Educação deu o suporte à iniciativa e viabilizou o local para a apresentação.

A diretora da escola, Elaine Rueda Lopes, a vice-diretora, Débora Brun Martinelli, e a coordenadora pedagógica, Luzia Costa Souza, assim como os demais profissionais da unidade escolar se encantaram com a apresentação. “Nós amamos o enredo, a forma lúdica como foi apresentada a história e o carisma do elenco. Também nos encantamos com o olhar atento dos nossos pequenos, do envolvimento emocional e empatia que demonstraram em relação aos relatos da figura Chico Rei feitos por cada integrante da peça. Foi realmente muito bonito. Alguns alunos se emocionaram e deixaram as lágrimas escorrerem. Algumas crianças até perguntaram se podiam dar um abraço no ator, porque ele estava emocionado e chorando ao contar a história de dona Jô, sua mãe, como mais uma legítima representante de ‘Chico Rei”. Eu também chorei nesse momento. Amei cada detalhe”, relata a vice-diretora.      

No dia 5 de julho, será a vez de alunos do Cemeb Prof.ª Juvelita Pereira da Silva, da Vila Real, apreciarem a bela peça.  

Mais sobre Chico Rei

De acordo com o site Chico Rei, a lenda traz a vida de Galanga, que era rei do Congo, viveu uma história de muito trabalho, a ponto de conseguir comprar a própria liberdade, adquirir minas na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto) e conseguir alforriar vários outros escravizados, muitos dos quais eram súditos no antigo reinado e, que por isso, o chamavam de rei.

Por conta da devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e Santa Efigênia, Chico e outros negros construíram uma igreja dedicadas às duas, em 1785.

A celebração de Chico Rei é feita hoje com danças, cantos, procissões e coroação de santos negros, em vários momentos do ano. Por ser a festa do antigo rei do Congo, a festividade tem o nome de Congado. Em Ouro Preto, todo mês de janeiro, celebra-se a figura de Chico Rei, justamente por ser bastante relevante no folclore de Ouro Preto. É escolhido esse período em razão das festas de Santos Reis que ele organizava.

Saiba mais em: https://chicorei.com/a-fantastica-historia-de-chico-rei.