O documentarista Bhig Villas Boas fez uma exposição do filme “O Último Kuarup Branco”, a 90 alunos da Cemeb João Aprillanti, na Vila Santa Terezinha, na manhã da última quinta-feira (9), na unidade. Foi a última etapa do Projeto “Arte Indígena Brasileira”, realizado todos os anos pela professora de artes, Valéria Lourenço. Além de explicar brevemente o filme e ressaltar a importância da harmoniosa cultura dos índios, o cineasta respondeu a várias perguntas das crianças.

 

O filme retrata a cultura dos índios do Xingu – parque indígena onde vivem muitas tribos, criado na década de 60, no Mato Grosso – além de explicar o ritual Kuarup, festa em honra e despedida dos mortos mais significativos para as tribos. A ideia de expor o filme aos alunos surgiu há dois anos, quando Villas Boas viu as redações que as crianças fizeram sobre seu documentário. “As crianças têm muito para ensinar” – explicou – “parabenizo a vocês pela iniciativa”.

 

Para a diretora da escola, Puresa de Morais, a iniciativa surtiu efeito, já que conseguiu atingir, além dos alunos da quinta série (período matutino) que estão estudando o tema, houve a presença de estudantes de outros períodos, pela curiosidade sobre as tribos do Xingu. “As crianças quiseram saber como é estar lá”. 

 

O filme surtiu o efeito desejado, segundo Valéria. A professora responsável pela iniciativa que destacou o trabalho anterior de preparo dos alunos para absorção do conteúdo do documentário. “O documentário com certeza atingiu o que era esperado”, afirmou.  

 

 

 

A professora Valéria Lourenço promoveu com os alunos várias atividades com os objetivos de trabalhar a sensibilidade estética e refletir sobre a importância dos índios: seminários, produção e apresentação de cartazes, projeção do filme “Xangu”, de Cao Hamburger – que retrata a história da construção do Parque Nacional do Xingu – e, por fim, a palestra e exposição de “O Último Kuarup Branco”. 

 

 

 

O documentário mostra de forma crítica, por meio de relatos de nativos e intelectuais estudiosos do Xingu, a importância da manutenção e respeito à harmoniosa cultura indígena, da qual Villas Boas destaca o kuarup, ritual festivo em homenagem a mortos considerados filhos diletos da criação. 

 

Não obstante, explica como se deu a formação do local e põe em cheque a maneira exploratória como os povos indígenas ancestrais foram dominados e mortos.