Procedimentos de baixa complexidade possibilitam biópsias, melhorias estéticas e prevenção de doenças
Várzea Paulista volta a realizar cirurgias após mais de dez anos sem contar com esse serviço. “É um absurdo deixar a população tanto tempo desassistida. Poder oferecer esse novo benefício aos cidadãos é uma grande conquista para a cidade”, afirma Juvenal Rossi (PV). O prefeito comemora o primeiro dia de trabalho da equipe de médicos cirurgiões que, a partir de hoje (14/3), iniciou os atendimentos no Hospital da Cidade.
As cirurgias, inicialmente, são de baixa complexidade. Até o segundo semestre, com a finalização das obras do Centro Cirúrgico, também serão realizados procedimentos de média complexidade. As operações atuais envolvem, por exemplo, a retirada de tecidos de pele, como pintas, manchas, verrugas e tumores superficiais. Serão cerca de 20 cirurgias por semana e já há 150 pacientes agendados. De acordo com o médico Dr. Deocárdio Costa da Conceição, trata-se de um serviço razoavelmente simples e rápido, porém fundamental. Já que esse tipo de atendimento possibilita a prevenção e o diagnóstico de câncer por meio da realização de biópsias. “Às vezes, algo que parece ter pouca importância como, por exemplo, uma mancha na pele, pode comprometer seriamente toda a vida e a saúde de um paciente”, explica.
Os moradores de Várzea Paulista, até então, tinham que recorrer a hospitais de outros municípios para serem atendidos. Como é o caso da dona de casa Edna Ferreira do Nascimento, 26 anos, que retirou hoje um lipoma (acúmulo de tecido gorduroso) do abdômen. Edna estava há mais de três anos tentando fazer a cirurgia. Segundo a dona de casa, a UBS São José, localizado na cidade, a tinha encaminhado para um hospital em Santa Bárbara D’Oeste (93 km de Várzea Paulista). “Eu não podia porque era longe e tenho filho pequeno. E em Jundiaí havia uma fila muito grande. Foi excelente poder fazer tudo aqui, rápido e perto de casa”, explica.
Segundo o Dr. Ronei Edson de Oliveira, esses tipos de cirurgias são importantes também por motivos psicológicos. “Emocionalmente as pessoas se sentem melhor em retirar tecidos que incomodam esteticamente”. É o exemplo do adolescente Douglas Machado, 17 anos, que também retirou hoje um granuloma (pequeno tumor benigno) na orelha direita, formado em razão de uso prolongado de um brinco arlagador. “Isso me chateava muito. As pessoas perguntavam. Era feio. Foi um alívio muito grande”, comemora.
O Hospital da Cidade irá iniciar também, nos próximos meses, cirurgias de vasectomia. De acordo com o Dr. Ronei, o hospital contará com uma equipe formada também por psicólogo e assistente social. “Trata-se de um procedimento que exige decisão e muita reflexão por parte do paciente”, explica.