Febre maculosa: saiba como evitar e o que fazer se tiver sintomas

A doença é transmitida pela picada de carrapatos infectados; medidas como o uso de roupas claras, calças, botas e blusas, sobretudo em áreas com risco de contato com esses parasitas, são indicadas

Apesar de não haver casos em Várzea Paulista, é importante que a população esteja atenta para evitar o contato com carrapatos transmissores da febre maculosa e saber como proceder se apresentar sintomas. Trata-se de uma doença infecciosa, que causa febre aguda e tem gravidade variável, provocada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. O Controle de Zoonoses da Prefeitura divulga orientações importantes.

Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas o carrapato estrela (A. sculptum ou A. cajennense), presente em animais de grande porte como capivaras ou cavalos, que transmite essa perigosa patologia. Qualquer carrapato tem potencial para contrair a bactéria do gênero Rickettsia e, assim, transmitir a febre maculosa a humanos. Vale lembrar que ela não é transmitida de uma pessoa para outra.

O carrapato infectado precisa ficar na pele de uma pessoa por ao menos quatro horas para transmitir a doença. Os parasitas mais novos são mais perigosos, justamente pelo menor tamanho, o que dificulta serem vistos e devidamente removidos. Qualquer espécie de carrapato tem potencial de ser hospedeiro e transmissor da bactéria, inclusive o carrapato do cachorro.

Principais sintomas

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia e dor abdominal;
  • Dor muscular constante;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
  • Gangrena nos dedos e orelhas;
  • Paralisia dos membros que se inicia nas pernas e sobre gradativamente até os pulmões, causando parada respiratória;

Além disso, com a evolução da doença, é comum aparecerem manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos. Elas não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Se apresentar um ou mais sintomas, procure imediatamente o serviço médico mais próximo. Se tiver ciência de contato com carrapato ou área na qual já é sabido haver esse parasita, é muito importante informar isso durante o atendimento. Atualmente, a Prefeitura disponibiliza a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que atende 24 horas por dia, na Avenida do Pinheirinho, s/n — Jardim Satélite. Outra opção é procurar a UBS ou USF mais próxima; o atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7 às 16 horas, e os endereços podem ser conferidos em: https://l1nk.dev/jmMwn.

Prevenção

Devem ser adotadas algumas medidas para evitar a doença, principalmente em áreas que apresentam risco de contato com carrapatos:

  • Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, pois ele é escuro;
  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas. A parte inferior da calça deve ser posta dentro das botas e lacrada com fitas adesivas;
  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta. Caso seja necessário, a cada duas horas, verifique se há algum carrapato preso ao seu corpo;
  • Use repelentes de insetos;
  • Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;
  • Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o, preferencialmente, com uma pinça;
  • Não aperte ou esmague o carrapato, mas faça a remoção com cuidado e firmeza. Depois de retirar o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água;
  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

Caso tenha alguma dúvida, sobretudo se houver carrapatos onde reside, entre em contato com a Ouvidoria por meio dos telefones 156 ou 4595-0037; WhatsApp, no número 94365-2884; e-mail ouvidoria@varzeapaulista.sp.gov.br; ou, pessoalmente, na Rua João Póvoa, 97 — Jardim do Lar, no prédio do Facilita. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h30. O Controle de Zoonoses se dirigirá ao local para prestar as devidas orientações, nos casos de presença de carrapatos.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da febre maculosa é bastante difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, pois os sintomas são parecidos com os de outras doenças, tais como leptospirose, dengue, hepatite viral e pneumonia. No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e perguntará onde o paciente mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, locais onde pode ter havido a picada por um carrapato. O profissional também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir para o diagnóstico. 

O tratamento oportuno é essencial para evitar formas mais graves da doença e até mesmo a morte. Assim que surgirem os primeiros sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A falta ou demora no tratamento pode agravar o caso, o que pode levar ao óbito.

A partir da suspeita clínica da doença, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.