Prefeitura de Várzea Paulista finaliza atividades pelo Mês da Consciência Negra

Ações contaram com roda de conversa, apresentações de dança, roda de capoeira, oficina de trança, comidas típicas, apresentações de hip hop e encerramento com samba de roda

A Prefeitura de Várzea Paulista, por meio da Unidade Gestora Executiva de Cultura, promoveu ações em homenagem ao Mês da Consciência Negra, nos dias 18, 19 e 20 de novembro. O projeto  “Nossas cores” ocorreu no Parque Chico Mendes, por meio do Programa Juntos Pela Cultura, do Governo do Estado. A programação foi extensa e incluiu dança, capoeira, oficina de trança, comidas típicas e apresentações artísticas características, como o samba de roda, que encerrou as atividades. As atividades serviram como porta de entrada para o resgate e fortalecimento dos movimentos negros da cidade, além de servirem como homenagem à cultura ancestral do povo de origem

Ao longo dos três dias, houve roda de conversa; apresentações de dança; roda de capoeira com a Associação Expressão Brasil Capoeira; oficina de trança — o salão Função Black ensinava e fazia tranças em quem se interessasse; comidas típicas; apresentações de hip hop, organizadas pela ONG Sementes Reais; e o encerramento com o samba de roda promovido pelo grupo Panela Preta.

Segundo a gestora executiva municipal de Cultura, Renata Câmara, no decorrer dos três dias foi registrada a presença de diversas pessoas, que passaram pelo parque para prestigiar as ações. “O evento busca resgatar e retomar toda a questão da consciência negra em Várzea Paulista. Como servidora afirmo que estamos buscando fazer políticas públicas para essas pessoas”, relatou. “Usar a arte pra resgatar a identidade da cultura afro na nossa cidade é essencial, e esse evento foi uma forma de fazermos isso. Essa ação só foi possível graças ao apoio do Governo do Estado”, comentou.

O evento foi muito satisfatório, uma vez que contou com a participação de vários artistas e do público, ressaltou a importância de continuar lutando e promoveu importantes debates. A religiosidade, capoeira e ancestralidade também foram abordadas.

Representatividade importa

De acordo coma proprietária do Salão Função Black, Juliana Braga, ela e seu salão sempre participam de movimentos que valorizam a beleza das pessoas pretas.  “Eu sempre gostei dessas coisas. Eu vejo como trançar é importante para o empoderamento das pessoas pretas. O cabelo afro é uma forma de empoderamento e eu, como trançadeira, tenho um orgulho enorme por saber que trabalho empoderando pessoas”, finalizou.

Jesse dos Santos Pessoa, morador da Avenida Pacaembu, marcou presença na festa com sua esposa, sogra e três filhos. “Tirei um descanso hoje e aproveitei pra vir aqui, e, olha, estou achando tudo muito legal. Minhas filhas estão gostando bastante, uma delas está até participando da oficina”, comentou.

O vice-presidente da ONG Sementes Reais, André JPS, que é um dos organizadores do Hip Hop que Liberta. “Os dez artistas que participaram são da região. O intuito da nossa ONG é ajudar os grupos que estão começando; isso é muito importante para a gente. Por isso eu estou achando ótimo o evento. Ter esse espaço é muito bom, enriquece a cultura negra da cidade, pois estamos mostrando nossas raízes”, declarou.

“Eventos como esses são muito importantes, por isso eu trouxe minhas três filhas e meu filho para que elas saibam a importância que a gente e nosso povo preto temos no mundo”, comentou a moradora da Vila Real, Lauriene Trajano.

Segundo o mestre Bola 7, a capoeira é trabalhada por todo o ano. “A capoeira estar aqui serve pra agregar esse espaço que é nosso. Ela é uma das maiores representantes da cultura afro no Brasil e no mundo. É uma grande responsabilidade ser mestre de capoeira, principalmente ser um mestre negro, pois é uma forma de honrar nossa ancestralidade, e isso tem muito peso pra mim, mas conquistar nossos espaços e valorizar a cultura fazem esse trabalho valer ainda mais”, afirmou.