Símbolos municipais de Várzea Paulista completam 50 anos

Lei que sancionou a criação do Brasão e Bandeira Municipal foi promulgada em 17 de março de 1972

Servidor público Alessandro A. S. Franco

Há 50 anos, em 17 de março de 1972, a Prefeitura de Várzea Paulista sancionou lei que criou seu Brasão e Bandeira Municipal. Mas a história da criação dos símbolos municipais começou há 57 anos, em 21 de dezembro de 1965, quando o prefeito municipal João Aprillanti promoveu um concurso público para a criação do Brasão, Bandeira e Hino Nacional.

Segundo documentos oficiais, em outubro de 1966 foi definida uma comissão julgadora, composta à época pelo bacharel Bento do Amaral Gurgel Jr., o contador Delacir Pinelli, o professor Alfeu Marinho Machado, a vereadora Idoroti de Souza e o vereador Armando Pastre.

Professor Arcinoé

Passados seis anos, em 15 de março de 1972, o prefeito Armando Dias, enviou para a Câmara Municipal o projeto de lei 341, que criou os símbolos municipais – Brasão e Bandeira, que foram desenvolvidos pelo heraldista professor Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista. E em 17 de março daquele ano, a Lei nº 279 promulgou os símbolos do município de Várzea Paulista.

Pesquisa

O levantamento das informações foi realizado pelo servidor público Alessandro A. S. Franco, que há 22 anos trabalha na Prefeitura de Várzea Paulista. Atualmente na Unidade de Planejamento e Inovação, o servidor conta que começou a realizar pesquisas em 2009, quando iniciou um levantamento sobre seus antepassados, de modo a criar a árvore genealógica da família. “Realizei a pesquisa de documentos antigos, como a leitura de paleografia, decifrando a escrita antiga”, conta. “Em meio a pesquisas sobre o brasão da minha família, me voltei para o brasão do município, onde fui fazer o estudo de como foram elaborados os símbolos do município”, informa Alessandro.

Através de pesquisa em documentos antigos do município, foi localizado o documento que promulgava os símbolos do município. “Deste modo, encontrei o autor da bandeira e do brasão, o professor Arcinoé”, informa. “Me atentei que como a cidade já havia completado 50 anos, os símbolos também fariam o seu cinquentenário e achei importante não deixar passar a data em branco, já que o símbolo é a representatividade do município”, ressalta Franco.

Heráldica

Heráldica ou armaria é um sistema de identificação visual e simbolismo criado na Europa no século XII, baseado nos brasões de armas ou escudos. O termo também designa a arte de elaborar os brasões e a ciência que estuda suas regras, formas, tradições, simbolismos e significados históricos, políticos, culturais e sociais.

Bandeira Municipal de Várzea Paulista

Segundo os termos da heráldica, a Bandeira Municipal de Várzea Paulista é terciada em faixa verde, com a faixa central branca carregada de sobre faixa vermelha com três módulos de largura, que parte do vértice de um triangulo isósceles branco firmado na tralha, onde o brasão municipal é aplicado. 

O brasão aplicado na Bandeira representa o Governo Municipal e o triangulo branco representa a própria cidade-sede do município, lembrando na Bandeira os ideais de emancipação de um povo, concedido após muitos anos de luta; a cor branca é o símbolo de paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza e religiosidade.

A faixa branca central, carregada de sobre faixa vermelha representa na Bandeira o Poder Municipal que se expande a todos os rincões de seu território e as faixas verdes, as propriedades rurais existentes no mesmo. A cor vermelha é símbolo de amor pátrio, audácia, intrepidez, coragem e valentia e a cor verde simboliza a civilidade, honra, cortesia, abundancia, alegria e esperança.

Brasão Municipal de Várzea Paulista

O brasão de Armas de Várzea é descrito em termos próprios da heráldica da seguinte forma: Escudo samnítico, encimado pela coroa mural de seis torres, de argente em Campo se Sinópla, postos em roquete, três escudetes, sendo o primeiro de argente carregado de uma água estendida de sable com um crescente de argente no peito timbrado da mesma água, porém de argente com o crescimento da sable.

O segundo esquartelado, com 1 e 4 de argente com as quinas de Portugal antigo de bláu com besantes de argente e 2 e 3 de argente com um leão de goles e uma cruz da ordem de Cristo de goles e vasia de argente, firmada nos bordos do escudo e brocante sobre o esquartelato, timbrado de um leão rompante, porém de argente.

O terceiro de argente, com duas faixas ondadas de blau e água do campo acompanhadas de nove arruelas de goles, dispostas em 3, 3 e 3, timbrado de um cangrejo e cavalo marinho de argente, como suportes, à dexta e sinistra do escudo, duas chaminés fumegantes de goles, tendo brocantes na base engrenagens de argente apoiadas em listel de goles, contendo em letras argentinas o topónimo “Várzea Paulista” ladeado pelos milésimos “1886” e “1965″.

A interpretação simbólica do brasão significa:  

a- O escudo samnítico, usado para representar o Brasão de Armas de Várzea Paulista, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influencia francesa, herdado pela heráldica brasileira como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade;

b- A coroa mural que o sobrepõe é o símbolo universal dos Brasões de Domínio que, sendo de argente (prata) de seis torres, das quais apenas quatro são visíveis em perspectiva no desenho, classifica a cidade representada na Terceira Grandeza, ou seja, sede de Município;

c- A cor sinopla (verde) do campo do escudo é símbolo heráldico de honra, civilidade, cortesia, abundancia e alegria; é a simbólica “esperança” e, a esperança é verde, porque lembra os campos verdejantes da primavera, fazendo “esperar” copiosa colheita;

d- Os escudos dispostos em roquete (2 e 1) reproduzem as armarias das Famílias Galvão, Souza e Castro, em homenagem às famílias dos fundadores do povoado Issac Galvão, José de Souza Constantino e Eduardo Castro;

e- O metal argente (prata) que figura no campo dos três escudetes é símbolo heráldico da paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza, religiosidade; a cor sable (preto) das armas dos Galvão é símbolo de prudência, sabedoria, moderação, austeridade e firmeza de caráter; o esmalte bláu (azul) das armas dos Souza e dos Castro, é símbolo de justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade e o esmalte góles (vermelho) simboliza o amor-pátrio, dedicação, audácia, intrepidez, coragem e valentia.

f- Nos ornamentos exteriores, as chaminés fumegantes tendo brocantes na base engrenagens de argente (prata) representam as indústrias do Município, esteio da sua economia; 

g- No listel de góles (vermelho) em letras argentinas (prateadas), inscreve-se o topônimo identificador “Várzea Paulista”, ladeado pelos milésimos de “1886” de sua fundação e “1965” da sua emancipação política.