Missionário na África fala sobre o continente aos alunos do América II

Educação - Destaques

Os alunos da EMEF Anísio Teixeira, localizada no Jardim América II, desfrutaram de uma aula diferenciada sobre a temática “História e Cultura Afro-Brasileira” na manhã desta quinta-feira (17). Com o conceito de educação participativa, cuja proposta inclui o auxílio da comunidade no sistema de ensino, os estudantes receberam o missionário varzino Alex Leite que, por meio de palestra e exposição, trouxe a África até os pequenos brasileiros.

Na ocasião, o palestrante contou sua vivência naquela região, principalmente em Burkina Faso, país em que permaneceu instalado por 1 ano e está entre os 20 lugares mais pobres do mundo. “Lá, o agravante é a saúde, pois doenças como a malária e a febre tifóide são comuns e impossíveis de não contrair”, afirma. Ele relembra que era necessário o uso profilático de medicamentos a fim de amenizar os sintomas das enfermidades. “A medida não anulava a chance de ficar doente, ela servia apenas para diminuir as dores e fazer com que os sintomas agissem com menos intensidade”, recorda-se ele que, por diversas vezes, contraiu a malária. 

Mas a experiência na África também proporcionou resultados positivos, entre eles a percepção de um povo hospitaleiro, enriquecido culturalmente e amigo. “Consegui enxergá-la com outros olhos. Lá, eles não veem o Brasil como país imperialista e, por isso, somos considerados como povos irmãos”, explica.

Entre as explanações, o palestrante abordou as diversas etnias. Segundo ele, são 3500 povoados diferentes e 2110 línguas pronunciadas, com destaque para o povo Fulani: “Eles são diferentes dos demais. São altos, magros e, por incrível que pareça, possuem narizes finos. O idioma difere-se também por ser cantado e não apenas falado”.

Valores para a vida toda

Para Alex Leite, o intuito mais importante é disseminar a tolerância racial e religiosa, já que, segundo ele, muitos naquela região são adeptos do Islamismo. “Quero que as crianças daqui entendam que o Islã não significa terrorismo. Infelizmente, como em toda religião, há uma parcela de pessoas que pregam o mal, mas não podemos generalizar e discriminar”, salienta.

Além de integrar as atividades do projeto Várzea na Copa, o encontro faz parte da lei federal nº 10.639, que determina a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo oficial da Rede de Ensino, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e Histórias Brasileiras. Para a diretora da escola, Ivete Aparecida Musseli Cezar, o evento vem de encontro com os ensinamentos da EMEF: “Acreditamos que conhecer a cultura e a crença instruirá a criança a desenvolver o respeito por pessoas diferentes dela”.