Dois destaques foram a palestra em defesa da mudança de cultura alimentar, dada pela criadora do programa, Grace Santos, e a visita às plantações orgânicas do Sítio Escola Portão Grande, referência na região; a iniciativa foi viabilizada pela Política Nacional Aldir Blanc


A tarde desta terça-feira (14) foi bem diferenciada e orgânica para os participantes da atividade promovida pelo programa Comida de Quintal, no Sítio Escola Portão Grande, em Várzea Paulista. Um dos pontos altos foi a palestra dada pela criadora do programa, Grace Fiorire, pesquisadora, agrofloresteira e incentivadora da agricultura orgânica, que abordou a agroecologia, técnicas ancestrais e a necessidade de mudar a cultura alimentar. Outro destaque foi a visita guiada às diversas plantações orgânicas do sítio, referência em agricultura orgânica e conscientização, conduzida por um dos responsáveis pelo espaço, Antônio Feres Neto.
A tarde ainda incluiu um agradável e educativo workshop interativo com a técnica em nutrição e artesã Grace Fiorire e Cidinha Silva, outra verdadeira entusiasta da alimentação orgânica; a degustação de criativos pratos e itens orgânicos, como bolos, tortas, patês, frutas e vegetais; e o compartilhamento de sementes orgânicas.


A ação foi viabilizada pela Política Nacional Aldir Blanc, iniciativa federal que fomenta, de forma permanente, a cultura em todo o país e, na cidade, é posta em prática com o apoio da Unidade Gestora Municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo.
Segundo Santos, o convite para trazer o Comida de Quintal a Várzea Paulista foi feito por Cidinha, que é varzina. A escolha pelo sítio, já conhecido pela idealizadora, foi motivada pela grande importância do local para a região. “É um lugar especial e importante para toda região”, afirmou a pesquisadora.
Na palestra, Santos fez questão de convidar as pessoas para ampliar o olhar sobre as opções alimentação, valorizar os produtores locais, além, é claro, de apoiar agricultores familiares e campesinos, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, neorruralistas, extrativistas, agrofloresteiros, pescadores e membros de movimentos sem terra, responsáveis pela maior parte do que se come no país, mas com percentual baixo dos recursos públicos destinados à agricultura.


Para Grace, comer bem, de forma saudável, pode propiciar uma vida muito mais saudável e plena. A palestrante citou o famoso autor estadunidense Michael Pollan, uma grande referência na defesa à alimentação orgânica. Três pontos-chaves do trabalho do escritor foram citados: mudar o tom sobre a comida — deixar de achar que o assunto é papo para cozinheiros ou da gastronomia; ver a comida como expressão cultural; e o incentivo aos agricultores. “Para fazer a transformação pela alimentação, quero ajudar os produtores, a parte mais vulnerável”, explicou.
Ao longo do workshop, ela ainda apresentou diversas plantas exóticas, como o maracujá-alho e o mamey.



Autoridades e outras presenças
O gestor executivo municipal de Cultura e Turismo, William Paixão, e a diretora municipal do Departamento de Turismo, Michele Camargo, guias turísticos e representantes do curso de Turismo do Senac de São Paulo estiveram entre os participantes da atividade. “Fomos convidados para prestigiar essa bela e importante atividade, pelo fato de gerirmos, no âmbito municipal, a aplicação da Política Nacional Aldir Blanc, que contemplou o programa”, explicou Paixão.