Várzea Paulista celebra o canto coral e a integração de corais no 3º Encontro de Corais da Musicarte

Pela primeira vez em dois dias, evento trouxe diversos estilos de músicas e de apresentações, com 355 coralistas de 13 corais da região, dois deles da própria Musicarte, e o experiente grupo paulistano Mosaico

O 3º Encontro de Corais da Musicarte (Escola de Música e Arte de Várzea Paulista), realizado sexta-feira (27) e sábado (28), cumpriu bem os objetivos de valorizar o canto coral e promover a integração dos corais das cidades participantes (Várzea Paulista, Jundiaí, Campo Limpo Paulista e São Paulo). As centenas de pessoas presentes no Espaço Cidadania prestigiaram performances diversificadas, que mostraram bem a versatilidade do canto coral. Ao todo, foram 355 coralistas, de 13 corais da região, dois da própria escola, e o bastante técnico Coral Mosaico, da capital paulista. O evento teve, pela primeira vez, dois dias de apresentações e dobrou o número de participantes.

A variedade e o alto nível técnico marcaram as exibições. Entre os destaques, houve canções religiosas de corais como o infantojuvenil Luz Divina (Campo Limpo Paulista) e o Santa Terezinha (Jundiaí), ambos católicos, e do coral evangélico AD Várzea; as divertidas músicas do Coral Cidade das Crianças, de Jundiaí e as animadas e interativas músicas do coral infantojuvenil da Musicarte; o Coral Pio X, que esbanjou qualidade, entrosamento e ecletismo; além da versatilidade e impressionante controle vocal do coral paulistano do Grupo Mosaico.

Noite de abertura traz muita animação e diversidade

Em um dos pontos altos da primeira noite, o Coral Pio X (Jundiaí), regido por Karen Comandulli, trouxe música sacra, exibições solo impressionantes e sucessos de Sidney Magal que mesclaram canto e dança, como o O Meu Sangue Ferve por Você.

Outra aposta em interpretações animadas foi a do coral infantil jundiaiense Cidade das Crianças, sob a regência de Jessica Augusto e Sofia Prado. A criançada esbanjou empolgação e animou a plateia, com músicas como o sucesso Lavar as Mãos, de Arnaldo Antunes.

Um dos coralistas foi o pequeno André Vilera Gonçalves, 8 anos. Com sua estilosa gravata borboleta, o participante, apaixonado por música, não se intimidou com a casa cheia e soltou a voz. “Eu acho que as músicas são bem alegres. Gostei muito das luzes do teto aqui do ginásio”, elogiou.

O menino, que até já toca piano, gosta de cantar e pretende seguir nas atividades do coral. “A parte que mais gosto é cantar. Também já estou mais à vontade para dançar. Vou continuar”.

Orgulhoso, o pai de André, Jefferson Lucas Gonçalves, sempre acompanha, junto da esposa, Rosane, o filho em seu aprendizado musical. Para o jundiaiense, que esteve na plateia com a sogra, Sueli Gaviti, já é nítida a evolução do garoto desde a musicalização pré-coral, finalizada no ano passado, até as exibições como a de sexta-feira. “A apresentação foi bem legal e, apesar de ter apenas três músicas, já me permite ver o desenvolvimento dele. É bem interessante. A gente gosta bastante”, afirmou. “Ele está bem à vontade. Gosta bastante de cantar e não se intimida com o público. A música é a praia dele. Ele é da arte”, concluiu.

Nas demais apresentações, o Madrigal Solfeggieto (regência de Ricardo Gazzi) teve como destaque a famosa música Descobridor dos 7 Mares, Tim Maia; o Coral Infantojuvenil Luz Divina, de Campo Limpo Paulista (regido por Gisele Nobre) trouxe animadas interpretações de músicas católicas; o coral jundiaiense Astra, sob a regência de Vastí Atique, interpretou músicas do cancioneiro brasileiro, como o sucesso Tocando em Frente, de Almir Sater; e o Coral Santa Terezinha (Jundiaí), regido por Elaine Freitas, apresentou músicas católicas. Os corais da Nova FATI e Música é Vida, ambos de Jundiaí e regidos por Leandro Toledo, brindaram o público com exibições animadas de músicas nacionais e internacionais e, em uma das duas que interpretaram juntos, levaram Tom Jobim à plateia.

Já o Coral Companhia da Voz (Jundiaí), regido por Andresa Kinjo, cantou Nossa Senhora e músicas nacionais, como a famosa Esperando na Janela (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeon).

Encerramento de alto nível

Na segunda noite, cinco corais fecharam o evento com chave de ouro: três varzinos, um jundiaiense e o talentoso Coral Mosaico, da capital paulista.

O coletivo   coral   independente   paulistano, integrado por   estudantes de música, músicos profissionais e cantores experientes na prática coral, foi o responsável por encerrar a festividade, com muito técnica e preparo, sob a regência de Luís Anselmi. O grupo deu um verdadeiro show, por meio de um amplo repertório de canções brasileiras, que exaltou, em vários pontos, o Brasil e sua miscigenação, dando destaque à cultura afro e indígena em vários momentos, como, por exemplo, nas músicas Araruna (índios Parakanã, do Pará) e Doce Oxum (Gisele de Santi). Não faltaram samba, muito ritmo e performance — tudo sem partitura —, demonstrando o resultado de um longo trabalho preparatório. Também houve espaço para sucessos nacionais como Água (Djavan) e É Doce Morrer no Mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado), verdadeiros clássicos da música popular brasileira.

A Musicarte trouxe seus dois corais para o palco, ambos regidos pela servidora Débora Lorenti Lupianhe. O coral adulto Várzea Encanto empolgou o público com músicas como o sucesso Do Seu Lado, da banda Jota Quest. Já o Coral Infantojuvenil da escola conseguiu mostrar bem o quanto as crianças estão afinadas; a apresentação foi encerrada de forma bastante divertida, interagindo com o público na interpretação da música Alô, Galera, de Thelma Chan.

O outro coral varzino participante foi o AD Várzea (Várzea Paulista), regido por Hosiellen. O grupo interpretou, com bastante concentração e cuidado, canções religiosas evangélicas, como Rei dos Reis (Heather Sorenson) e Santo pra Sempre (Gabriel Guedes).

O Coral Cant’Arte (Jundiaí), sob a regência de Leandro Toledo, também trouxe muita técnica, com músicas internacionais e o samba Mundo Melhor, de Pixinguinha e Vinícius de Moraes.

Coralistas varzinas destacam benefícios de participar de corais

Edileusa dos Santos, uma das sopranos (vozes femininas que alcançam notas mais agudas) do Várzea Encanto, vive o mundo dos corais há muitos anos e elogiou muito o repertório, para o qal o grupo se preparou por seis meses. “Estou ansiosa para cantar todas, porque são belíssimas e os arranjos estão lindíssimos”.

Uma das contraltos (vozes das nota mais graves) do grupo, Mafalda Moreira Alberghini, também bem experiente em encontros, elencou os benefícios que experimenta ao participar. “Mesmo tendo todo esse tempo de caminhada, sempre é como se fosse a primeira vez. É muito gostoso, muito emocionante, dá aquele friozinho na barriga. É muito bom, é espetacular participar do coral. A gente aprende muito, faz muito bem para a gente — para a mente e para a saúde. Eu recomendo para todos que queiram cantar”, declarou.

Maria Sousa, outra contralto do coral, citou a satisfação de apresentar o fruto de toda a preparação, com a exibição no palco. “As apresentações sempre trazem uma emoção, porque esse é o momento de coroar todo o trabalho que a gente fez. A gente começa a ensaiar uma música, pedacinho por pedacinho, naipe por naipe (divisão das vozes, de acordo com as nota que cada um alcança). Na hora em que se junta tudo, você vê aquele resultado todo e aí é que vem a emoção. Quando estamos no palco e vemos o público, a responsabilidade aumenta e é aí que a emoção aumenta. É gratificante. É uma mistura de nervosismo com emoção e realização. Faz muito bem”, elogiou.

Outra varzina empolgada era Clarissa Galdolfi, 7 anos. Integrante do Coral Infantojuvenil da Musicarte, ela estava ansiosa pela primeira apresentação em encontros desse tipo. “Estou animada e pretendo continuar. O coral traz disciplina e animação”. E a coralista mostra ter aprendido bastante. “A gente não precisa forçar a voz para cantar. É o ar que canta, como a professora nos ensina. Se o ar cantar, sai mais afinado e mais bonito”, finalizou.

Momento histórico para a cultura varzina

O gestor municipal de Cultura e Turismo, William Paixão, comemorou a grande presença do público e enalteceu o apoio que a gestão do prefeito professor Rodolfo Braga, do prefeito em exercício, João Paulo de Souza, e do gestor municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, e elogiou o trabalho de todos os profissionais envolvidos, em especial a regente Débora Lupianhe.

“É uma alegria receber vocês aqui hoje (sexta-feira). Algo que ouço muito de nosso gestor (Júlio Pardal, gestor municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo) é que ninguém faz nada sozinho. E aqui a gente aprende que o trabalho coletivo, assim como no coral, é o que faz tudo acontecer”, destacou. “Estamos trabalhando muito para fazer a cultura de Várzea Paulista cada vez mais pujante. E este evento está em sua terceira edição, dobrando os números de participantes e de dias, algo que nos deixa muito felizes e mostra a importância que esta gestão dá para a cultura da cidade. Sejam muito bem-vindos! Nosso coração transborda de alegria por vermos a casa cheia. E aproveitem as apresentações desses artistas que estarão nesse palco hoje”, complementou.

“Sem a Débora, esse encontro e os trabalhos dos corais de Várzea Paulista não teria florescido como tem sido nos últimos anos aqui. Nós devemos muito a você, Débora, e obrigado por ser a alma desse encontro”, finalizou.

Para o prefeito em exercício, João Paulo de Souza, também celebrou o momento vivido pela cultura da cidade, e foi outro a enaltecer o fundamental trabalho da regente Débora Lupianhe. O mandatário ainda elogiou a iniciativa do projeto de lei, sob a autoria do vereador Tio Fabiano Lima, de incluir o Encontro de Corais no Calendário Municipal de Eventos. “Parabenizo e agradeço à Débora, que, com certeza, é a grande responsável por tudo que a gente tem visto em relação à Musicarte, tudo com o suporte de toda a atuação dos grandes profissionais que dão suporte ao seu trabalho. Débora, temos a honra de contar com você, sua bela voz e bela atuação como professora, que nos possibilita ter todo este encontro”, disse. “Várzea Paulista também é a cidade da cultura, da música e da arte. Isso nos enche de orgulho”, concluiu.

A regente, por sua vez, destacou a responsabilidade e, ao mesmo tempo, a honra de estar à frente dos corais da Musicarte e ser uma das professoras da escola. A servidora ainda lembrou que seus coralistas estavam presentes inclusive já no primeiro dia, quando não se apresentaram, para prestigiar os demais grupos. “É uma realização estarmos na terceira edição. É uma alegria, um privilégio. Estou muito grata”, afirmou.

O gestor municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, também agradeceu o apoio dado pelo prefeito professor Rodolfo Braga, e pelo prefeito em exercício, João Paulo de Souza, e agradeceu o trabalho do gestor executivo William Paixão, a regente Débora e os demais envolvidos. Segundo ele, a Prefeitura quer investir cada vez mais na cultura e buscar recursos junto aos Governos Estadual e Federal, como já tem feito, para que o setor se fortaleça mais, a cada dia. “Eu estava vendo a prévia, no aquecimento dos grupos, e já me emocionei. Parabéns e obrigado pela presença de todos!”.

Projeto de lei pretende incluir o Encontro de Corais no Calendário Municipal

O vereador Tio Fabiano Lima informou, na noite de encerramento, que um projeto de lei de sua autoria será votado nesta terça-feira (1º), para que o Encontro de Corais da Musicarte passe a integrar o Calendário Municipal de Eventos. “Agradeço ao vereador Guilherme Zafani (também presente no evento), que foi um dos relatores e me ajudou muito”.

O evento ainda contou com presenças como a da diretora municipal de Cultura, Marli Petean, e do ex-gestor executivo municipal de Cultura e ex-diretor municipal de Eventos, Jota Moreira, além de diversas outras autoridades municipais.