Palestras e rodas de conversa sobre letramento racial buscam desfazer o mito da democracia racial

Profunda conhecedora, Valéria de Paula Ignácio aborda o assunto com diversos munícipes e servidores de Várzea Paulista, para combater o racismo

Nesta segunda-feira (25), a Unidade Executiva Municipal de Cultura promoveu, como partes da programação do Mês da Consciência Negra, duas palestras e rodas de conversa com o tema Letramento Racial: Uma Ferramenta de Combate ao Mito da Democracia Racial e ao Racismo. Grande conhecedora do tema, a produtora cultural e palestrante Valéria de Paula Ignácio conduziu o primeiro evento, pela manhã, de forma bastante didática e interativa, na Praça CEU. O intuito é provocar a reflexão sobre como o letramento pode impulsionar o antirracismo.  

Segundo a palestrante, o letramento racial consiste em um conjunto de práticas educativas acerca da origem do racismo e de como ele funciona. Ela destacou que essa instrução é importante para a sociedade como um todo, e não apenas para afrodescendentes. O letramento leva a pensar no papel da sociedade e a compreender o racismo estrutural: sistema que privilegia, de forma explícita ou não, as pessoas de pele mais clara. Como consequência, toda essa bagagem ajuda a construir uma sociedade, de fato, antirracista.

Valéria enalteceu a realização da ação, a relevância do tema e o número de participantes da palestra — que teve grande presença de servidores públicos. Para ela, a educação e cultura são indispensáveis para a evolução da sociedade. “Quero que vocês saiam daqui hoje diferentes. Não podem sair daqui confortáveis. Quero que esse conhecimento acompanhe vocês em toda a vida”, declarou. A diretora de Cultura, Roseli Carvalho, esteve entre as autoridades presentes.

Mais sobre a palestrante

Produtora cultural, Valéria de Paula Ignácio é formada em Administração e pós-graduada em Administração Pública e Gestão de Cidades. A servidora pública jundiaiense é corresponsável pelo projeto “Rota Afro – Circuito da Memória da População Negra em Jundiaí” e integra o Coletivo de Mulheres Negras #PRETAeu e o Coletivo Panafricanista Irmandade Africana. A palestrante ainda trabalha como mediadora de rodas de conversa e concede entrevistas em podcasts.