Prefeitura resgata bonitas histórias de varzinos trabalhadores da Elekeiroz

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Hudson Dias e Valdecy de Souza colecionam momentos de trabalho, convívio social e vitórias pessoais, dentro e fora da empresa que marca a evolução de Várzea Paulista

Nesta quinta-feira (25), na planta da Elekeiroz localizada em Várzea Paulista, a cidade deu mais passo de sua cuidadosa coleta de dados históricos. A coordenadora de Patrimônio Cultural, Histórico e Turístico de Várzea Paulista, Tânia Maura, apoiada por profissionais do Departamento de Comunicação da Prefeitura, conversou com dois trabalhadores com muita história para contar. O foco foram suas trajetórias profissionais e, claro, a vida que levam na cidade, há muitas décadas.

As entrevistas fazem parte da reunião de informações e acervo sobre a empresa química, cuja contribuição tem sido bem significativa para o desenvolvimento da cidade e o progresso pessoal de vários profissionais do município. Na Casa da Memória de Várzea Paulista, que vem sendo preparada para a inauguração, ainda neste semestre, haverá um espaço exclusivo sobre a história da Elekeiroz.

Hudson e Valdecy: trajetórias marcantes na cidade

A família do especialista de dados Hudson Henrique Dias, 41 anos, foi a sexta a chegar a Secundino Veiga, então distrito de Jundiaí que passaria a ser Várzea Paulista, em 1965 e tem bastante ligação com o município. O avô, Armando Dias, foi vereador quando o antigo distrito Secundino Veiga se tornou o município de Várzea Paulista, e foi o segundo prefeito da cidade. O profissional exibe, orgulhoso, o livro Expo Nacional dos Municípios 71/72, anuário com informações das cidades de todo o estado e páginas dedicadas a Várzea Paulista, que apresentam seu avô como prefeito nesses anos.

Hudson começou a trabalhar pela empresa em dezembro de 2004, como estagiário de TI (tecnologia da informação), e, desde então, conseguiu diversas promoções até chegar à função que exerce atualmente. Com diversas passagens interessantes na cidade, onde começou a morar ainda novo, faz questão de enaltecer a empresa por realmente respeitar e dar chances de valorização aos funcionários. “Falamos que a Elekeiroz não é uma empresa. É uma mãe”, brinca.

Os 60 anos de Valdecy Moraes de Souza mostram, de forma muito clara, a importância de lutar pelos sonhos e por uma vida digna. A infância difícil no Nordeste o levou a buscar oportunidades na capital paulista e, quando chegou a Várzea Paulista, em 1988, precisou trabalhar inicialmente na lavagem de carros, com o famoso Zé Gordo, conhecida figura varzina. As dificuldades dele e do irmão Valdir, quando chegaram à cidade — inclusive o fato de não ser alfabetizado — não foram maiores que a imensa vontade de conseguir um bom trabalho, crescer na vida e ter uma família.

Após um convite do diretor Carlinhos, da Elekeiroz, começou a atuar como operador e aproveitou cada oportunidade de crescimento, em mais de 30 anos de serviços prestados. Como profissional da empresa, teve como estudar, formar-se no Ensino Médio e galgar várias posições. “Quando cheguei aqui, mal sabia escrever”, lembra, orgulhoso do quanto evoluiu.

Hoje, é técnico operacional da planta varzina da companhia. O serviço que desempenha é muito importante e só pode ser feito por quem conhece todos os processos da produção, ou seja, é de extrema responsabilidade. Tendo vivenciado diversas fases de evolução da cidade, enaltece o quanto progrediu e destaca a importância da empresa em todo esse processo.

Casado e pai de uma filha advogada e outra que estuda medicina, Valdecy esbanja energia, gratidão à instituição, alegria de viver e momentos nos quais foi e é solidário, dentro e fora da empresa. E a superação na família não parou por aí. O irmão Valdir também agarrou as chances dadas pela Elekeiroz e hoje é técnico operacional da planta localizada em Camaçari (Bahia).

“Tenho o sonho de que a minha filha possa ser médica aqui na cidade”, diz Valdecy.

Casa da Memória valorizará contribuição histórica da empresa

“A Elekeiroz tem laços familiares com a comunidade local muito maiores que os imaginados pela empresa, que foi fundamental para viabilizar a condição econômica necessária à emancipação de Várzea Paulista”, destaca Tânia Maura. A coordenadora informou que haverá um totem permanente relativo à companhia na futura Casa da Memória.

Os conteúdos relativos à empresa e demais acervos que vêm sendo coletados estão sendo analisados e organizados por uma empresa de expografia, trabalho voltado a espaços de resgate históricos e atividades semelhantes. A prestadora de serviço contratada pela Prefeitura está atuando em toda a organização do espaço que sediará a Casa da Memória.