Coordenadoria da Defesa Civil de Várzea Paulista faz reunião pós-desastre das chuvas recentes

Número de interdições residenciais e dados sobre o acidente que infelizmente vitimou cinco pessoas foram compartilhados; medidas que vêm sendo adotadas também foram divulgadas

Na manhã desta quarta-feira (9), a COMDEC (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil) de Várzea Paulista realizou uma reunião, no auditório da Praça CEU, para compartilhamento de dados sobre ações de resposta aos danos causados pelas fortes chuvas desde o dia 30 de janeiro entre representantes dos vários setores da Prefeitura que compõem esse colegiado. No balanço divulgado, abordaram-se algumas causas da infeliz morte da família de cinco pessoas no Jardim Promeca e foi divulgada a necessidade da interdição total de 38 residências.

Após a realização de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas soterradas — Ricardo Eugênio dos Santos, 41 anos, a esposa, Tatiane Aparecida dos Santos, 30 anos, e os filhos: Richard Eugênio dos Santos, 12 anos, Nicolly Eugênio dos Santos, 10 anos, e Thayany Eugênio dos Santos, bebê de apenas 1 ano e 2 meses — o coordenador da Defesa Civil da cidade, Cristiano Vargas, relatou como foi o resgate e apontou fatores que ajudaram a provocar o acidente que soterrou a família. Segundo ele, a forte chuva ocorrida em apenas três dias — volume de 395 mm, quando o esperado eram 238 mm para todo o mês de janeiro —, foi fundamental.

A quantidade de águas das chuvas que escoaram de casas acima da residência das vítimas e a presença de bananeiras próximas (que retêm água, ficam pesadas e favorecem deslizamentos) também foram fatores importantes.

Na reunião, Vargas também fez questão de elogiar a integração entre os setores envolvidos nas respostas aos problemas causados pelas chuvas, inclusive a Unidade Gestora de Infraestrutura Urbana, muito importante na atuação no espaço onde houve o soterramento.

Segundo o coordenador, foi necessário que a Defesa Civil e a Unidade Gestora Municipal de Obras atuassem em conjunto para a interdição total de 38 residências varzinas (casos nos quais a família precisa sair do local) e 12 interdições parciais, para a segurança dos moradores. Os casos de famílias em vulnerabilidade social foram comunicados à Unidade Gestora Municipal de Desenvolvimento Social, para análise e possível auxílio a essas pessoas por meio de programas assistenciais.

As famílias de casas totalmente interditadas precisam contratar um profissional de engenharia civil para fazer o laudo necessário atestando que a casa pode ser habitada, após novas possíveis obras necessárias de forma que, aí sim, possa ser feita uma nova vistoria por parte da Defesa Civil e Unidade de Obras para a autorização da volta dos moradores ao local. Para tirar dúvidas e comunicar eventuais problemas para conseguir seguir essas etapas, a pasta de Obras atende pelo telefone 4606-8664, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, e faz atendimento presencial, nos mesmos dias, das 9 às 16 horas. O endereço é Rua João Póvoa, 97 (1º andar do Facilita).

Busca de recursos

A Prefeitura tem buscado recursos estaduais e federais para auxiliá-la nas obras de correção e outros serviços necessários de reparação dos danos. O Governo Estadual anunciou, na semana passada, que enviará R$ 1 milhão para a contratação de serviços de resposta a esses estragos que a Prefeitura não tem condições de fazer neste momento. Segundo Vargas, existe a ideia de que parte desse valor seja usado na contratação de um novo levantamento detalhado das áreas de risco da cidade.

O coordenador também informou que já foi enviado um relatório ao Governo Federal, com um levantamento de serviços públicos necessários em diversos pontos da cidade. O objetivo é tentar angariar recursos da União que possam ajudar a viabilizar esses serviços.

Também está sendo criado um Fundo Municipal da Defesa Civil, cuja lei ainda precisa ser aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito professor Rodolfo. O fundo será gerido pela COMDEC e reunirá eventuais doações e outras verbas que poderão ser obtidas e deverão ser usadas nos trabalhos de defesa civil na cidade.

Vale lembrar também que, na última sexta-feira, houve três reuniões, uma delas com a participação do coordenador, junto de diversos representantes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, inclusive a ministra Damares Alves — nos encontros, representantes federais conheceram mais de perto a realidade social da cidade e, com os dados obtidos, verificaram a possibilidade de incluí-la em programas sociais federais de auxílio a pessoas afetadas pelas fortes chuvas recentes.

Dicas importantes

Representantes dos setores componentes da COMDEC que participaram da reunião compartilharam informações do que cada setor realizou na resposta municipal aos danos das chuvas. O coordenador de Educação de Trânsito, Laércio Bifani, falou um pouco sobre as interdições feitas pela pasta, como a da Marginal do Rio Jundiaí, necessária por alguns dias por conta do alagamento da via, e, em conjunto com Vargas, deu orientações sobre como proceder quando se está dentro de um carro e em uma via que começa a se alagar, colocando em risco a integridade do veículo e das pessoas no seu interior.

Além de contatar urgentemente a GCM (telefones 153 ou 0800770 0811), para ter as devidas orientações sobre sair ou não do carro, o condutor precisa saber que, se for necessário e seguro sair do veículo, é necessário deixar o carro com os vidros e portas abertos, pois isso provavelmente evitará que o automóvel seja arrastado para rios ou córregos próximos, por exemplo. Se já houver pane elétrica no carro, o vidro estiver fechado e for seguro sair do veículo, uma alternativa trazida por Bifani é tirar o encosto de cabeça do banco do motorista e quebrar os vidros com as partes pontiagudas que esses encostos possuem. A reunião também contou com representantes das Unidades Gestoras de Obras, Desenvolvimento Social, Educação, Assuntos Jurídicos, Segurança Pública (Guarda Civil Municipal), e Planejamento e Inovação.