No projeto JEPP, parceria do Sebrae com a Prefeitura, alunos tiveram experiências relevantes de cultura empreendedora, como fazer, vender e comprar produtos e exibição de filmes
O Cemeb (Centro Municipal de Educação Básica) Carlos de Almeida, no Jardim Promeca, realizou, na própria escola, uma feira de encerramento das atividades do JEPP (Jovens Empreendedores Primeiros Passos) do semestre, nas últimas quinta-feira (2) e segunda-feira (6), por conta do revezamento de alunos nas aulas presenciais. Sem público externo em razão da pandemia, as crianças expuseram, venderam e compraram produtos e serviços feitos ou adquiridos para revenda, como temperos e até mesmo a exibição de filmes.
O programa é uma parceria do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) com a Prefeitura de Várzea Paulista, realizado em todas as escolas municipais da cidade que possuem Ensino Fundamental. Este ano, a inovação da escola foi a criação de uma moeda fictícia, o “real Carlos de Almeida”, para os alunos do 1º ao 4º ano, após diálogo dos professores com os gestores da unidade escolar, tendo em vista as dificuldades vividas pelos próprios alunos, provocadas pela crise econômica do país.
“Todas as crianças receberam a mesma quantia do dinheiro, para que pudessem adquirir os produtos. Então, além dessa questão da cultura empreendedora, da educação financeira e da importância disso em uma cultura globalizada como a que nós vivemos, nós construímos também igualdade social, porque todas as crianças até o quarto ano receberam dinheiro para comercializar, comprar e trocar os seus produtos”, explicou o diretor da escola, Wesley Araújo.
As turmas do 5º ano optaram por usar e vender os alimentos, proposta de produtos para essa série dentro do JEPP, com dinheiro real, para arrecadarem fundos à formatura que será feita por elas após a conclusão do ano letivo. De acordo com a coordenadora pedagógica da unidade escolar, Joseline Câmara, em razão da pandemia, os alimentos não foram manuseados pelos alunos, que compraram itens industrializados por preços acessíveis e os revenderam, além de terem feito o marketing, ofertando os doces e biscoitos em todas as salas. “Puderam trabalhar o preço: quanto colocar em cada produto. E deu certo”, elogia a servidora.
Como ocorre todo ano, as empresas fictícias criadas se dividiram entre os seguintes ramos: ervas aromáticas (1º ano); temperos naturais (2º ano), brinquedos com materiais recicláveis (3º ano), locação (este ano, em razão da pandemia, foi feito o “cineminha” (4º ano); e alimentos (5º ano). Os cerca de 500 alunos de todas as turmas da escola participaram das atividades do programa ao longo do semestre.
Estudantes enaltecem aprendizado
A criançada gostou de participar das ações e praticar conhecimentos úteis no dia-a-dia. Daniel Gonçalves de Oliveira Filho, 11 anos, do 5º ano, foi caixa na venda de doces e curtiu a experiência, além do programa como um todo. “Eu gostei, porque agora estou fazendo contas e pude fazer compras. Achei legal. Apliquei um conhecimento matemático”.
Larissa Vitória Menezes Santos, 11 anos, também da 5ª série, destacou o aprendizado que teve e também elogiou o JEPP. “Achei muito legal o trabalho que a gente fez. Eu também fiquei como caixa, ajudando a pegar os doces. A gente aprendeu a fazer conta, vender bem”, afirmou.
Agradecimentos
Joseline reconhece o apoio dado por professores e familiares dos alunos, com doações, que, junto de recursos da APM (Associação de Pais e Mestres) da escola, permitiram a confecção dos produtos comercializados na feira.
A diretora pedagógica da Unidade Gestora Municipal de Educação, Glauce Parazzi, agradeceu o envolvimento de todos para a viabilização da feira na unidade escolar, algo sempre bastante esperado pelos alunos, segundo ela, em todas as escolas municipais de Várzea Paulista que oferecem o Ensino Fundamental — todas elas participam do programa. A criançada aguarda o momento do envolvimento, da troca do que produziram.
“É um momento no qual eles têm a teoria, o entendimento do empreendedorismo na prática. Então, eles vivenciam isso. Existe uma função social: o comprar, o vender, a troca. Isso faz sentido para eles diretamente, na prática. A escola, na verdade, como dizemos, é uma minissociedade para eles, na qual estão se desenvolvendo como um todo, como cidadãos participativos. Por meio dessa aprendizagem, eles exploram o mundo afora, na sociedade”, declarou a diretora.