Depois do Governo Federal e Estadual decretarem, Várzea Paulista adota medida. Jundiaí e outras cidades da região e mais 265 municípios já tiveram a calamidade pública reconhecida pela Assembleia Legislativa em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus
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Mais de 270 municípios do Estado de São Paulo decretaram estado de Calamidade Pública justamente por que têm que cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a legislação vigente. Ao contrário do que se pode imaginar, essa situação é para proporcionar agilidade aos processos realizados de forma legal como por exemplo a contratação de mais profissionais para área da saúde e alocação de recursos para área social, ou seja, cumprir as obrigações do poder público de forma rápida, mas sem perder os alicerces legais e o sentido pétreo da transparência na gestão pública.
O Brasil e especialmente o Estado de São Paulo passa por um momento de extrema vulnerabilidade social e econômica em razão da rápida disseminação global do COVID-19. Os dados apresentados pelo Governo do Estado de São Paulo informam que a pandemia vem se alastrando em território estadual com índices alarmantes. São até hoje, 19 de abril, 14.267 casos confirmados e 1.015 óbitos.
Várzea Paulista está entre as 20 cidades do Estado de São Paulo com maior densidade demográfica, até esse dia 17, eram 3 casos confirmados, 19 suspeitos, aguardando resultado de exames, e 11 óbitos notificados como suspeitos, por apresentarem Síndrome Respiratória Grave e declaradas como tal pelo protocolo do Ministério da Saúde.
A gestora municipal de Assuntos Jurídicos e Cidadania, Dra. Flor Gaino, afirma que “juridicamente [o estado de calamidade] é definido com uma situação de natureza emergencial, na qual se identifica que o poder público acaba por ter comprometidas suas atividades, seu próprio poder de gerenciamento dos problemas sociais”. “O prefeito tem autoridade para decretar a calamidade, e a mesma precisa ser reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado. É importante que os recursos sejam canalizados para situação de emergência, e é importante que o Legislativo esteja ciente”, afirma a gestora.
Segundo o artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal, “na ocorrência de calamidade pública, reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:
I – serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
II – serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9º”.
O gestor executivo de Planejamento e Inovação, João Paulo Souza, afirma que apesar do disposto no art. 65 da Lei Complementar Federal nº 101/2000 (LRF), a Unidade Gestora de Planejamento e Inovação, juntamente à Unidade Gestora de Finanças, continuará avaliando mensalmente a manutenção do equilíbrio das contas públicas na esfera orçamentária, haja vista a queda da arrecadação e a realização de novas despesas no período de calamidade pública.
“No dia 07 de abril anunciamos o contingenciamento de despesas na ordem de 4,4 milhões de reais do orçamento de 2020, e o congelamento pelo oitavo ano consecutivo dos salários de prefeito, vice-prefeitos e gestores. Se necessário for, novas medidas serão adotadas”, conclui o gestor.
Governos Federal e Estadual decretaram Calamidade Pública em Março
O Governo Federal decretou em 20 de março, após aprovação do Senado Federal:
https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2020/03/entra-em-vigor-estado-de-calamidade-publica-no-brasil
No dia 31 de março, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo decretou o reconhecimento da Calamidade Pública nos 644 municípios paulistas e na Capital:
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?31/03/2020/em-sessao-virtual–alesp-reconhece-estado-de-calamidade-dos-municipios-paulistas