Projeto de leitura envolve toda a escola do Jardim Aimoré e recria contos infantis

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Iniciativa do Cemeb Padre Wilfrido permite a todos os alunos da unidade recontar criativamente contos do livro Chapeuzinhos Coloridos

 

O Cemeb (Centro Municipal de Educação Básica) Padre Wilfrido Wieneke, do Residencial Aimoré, recebe atividades pedagógicas diferenciadas, desde o início do ano, com o projeto de leitura “Quem Sabe Você Também Inventa A Sua”. Aproximadamente 400 alunos, de todas as turmas da escola — Educação Infantil até o Ano V do Ensino Fundamental —, contribuem de diversas maneiras para montarem novas histórias, baseadas no livro Chapeuzinhos Coloridos, de José Roberto Torero. “Dessa forma, as crianças praticam várias linguagens diferenciadas, como pintura e teatro, uma das novas exigências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), do Ministério da Educação, e tornamos o projeto de leitura atrativo para os alunos”, explica a idealizadora da iniciativa, Aline Martins (ao centro, na próxima foto).

 

O livro, bastante criativo, traz seis versões diferentes baseadas no clássico conto de fadas Chapeuzinho Vermelho. Cada uma traz uma personagem com o chapeuzinho de uma cor. Todas as turmas trabalham, de acordo com a metodologia de cada professor, para que os estudantes recriem os contos da obra, de forma criativa, com pintura, massa de modelar, entre outras linguagens diferenciadas. Os trabalhos podem ser individuais, em grupos ou representativos de toda a turma.

 

 

Os docentes usam uma sala ampliada ambientada, como apoio para contar cada versão do livro às crianças. “Eu já aplico essa metodologia de recontar os contos da obra desde 2014, com o Ano V e no início deste ano, em reunião com as outras professoras, elas se interessaram e expandimos para os demais anos, em um projeto maior”, afirma a docente.

 

Os alunos do quinto ano, por exemplo, estão recontando as versões por meio da linguagem digital: hashtags e outros termos da nova geração. “Em um dos trabalhos, os alunos adaptaram aquela famosa parte musical do conto clássico ‘Pela estrada afora, eu vou bem sozinho…’ e criaram ‘Com Uber afora, eu vou com motorista…’”, descreve a professora. “No mês passado, trabalhamos a Chapeuzinho Verde, que fala sobre dinheiro. Os alunos citaram até mesmo as bitcoins. Como eles têm bastante conhecimento, vale a pena realizarmos um projeto como esse”.

 

 

Ações de grande porte

 

Na versão trabalhada em setembro, Chapeuzinho Branco, aborda-se a história de uma menina órfã, que passa por vários momentos delicados em sua vida. “Com o intuito de aproveitar o Setembro Amarelo, campanha contra o suicídio, decidimos abordar esse conto, que é um pouco triste, mas tem um final feliz, no casamento entre a mãe da protagonista e o caçador. Assim, tivemos como auxiliar alunos que possivelmente também vivenciam fases duras da vida, como as encaradas pela Chapeuzinho Branco”, relata Aline.

 

 

Na tarde desta quarta-feira (25), foram realizadas duas encenações do casamento, no pátio externo da unidade escolar, de manhã e à tarde. As apresentações envolveram todos os alunos da unidade escolar e seus professores. A riqueza de detalhes foi impressionante. As professoras envolvidas, de todas as salas, integraram-se e pensaram em tudo: decoração, docinhos, postura dos noivos, palavras do celebrante, músicas animadas, dança do casal após a celebração religiosa, etc..

 

 

“Todos os professores se integraram de uma forma única e ajudaram a montarmos toda essa estrutura. As crianças também nos ajudaram muito. Há as mãozinhas delas em detalhes como as florezinhas de papel”, conta a docente. “O apoio da gestão de nossa unidade escolar também tem sido fundamental para os resultados, com destaque para nossa diretora, Elaine Lopes, e coordenadora pedagógica, Priscila Di Benedetti”.

 

 

A criançada, que veio vestida para uma festa de casamento de verdade, esteve muito empolgada ao longo de toda a peça, com destaque para a grande expectativa antes da entrada da noiva. Após a encenação da cerimônia, as crianças comeram muitas comidas boas, no momento descrito como a festa de casamento.

 

 

No mês de dezembro, haverá um fechamento do projeto, com todos os alunos da escola. Cada uma das séries da Educação Infantil e Ensino Fundamental vai apresentar trabalhos produzidos ao longo do ano. “Queremos fazer livrinhos, com as historinhas feitas pelos alunos do Ano V, para distribuir a todas as crianças dessa série que temos na escola. Será um trabalho de autoria total dos alunos”, adianta.

 

 

 

Vôos maiores

 

O projeto tende a se expandir cada vez mais na Rede Municipal de Educação. Durante uma participação da diretora de Ensino de Várzea Paulista, Edilene Fernandes, em uma reunião de trabalhos pedagógicos coletivos de docentes da escola, em maio deste ano, a gestora conheceu melhor a ideia. Ela tomou ciência da ação envolvendo a linguagem digital, das salas do Ano V, após ver um dos trabalhos, demonstrados pela professora Aline.

 

Encantada com a iniciativa, a administradora levou uma equipe da escola para um encontro com coordenadoras pedagógicas, de todas as unidades escolares municipais varzinas, em 27 de junho. O grupo representante do Cemeb do Jardim Aimoré apresentou detalhadamente o projeto às gestoras. “A ideia da Coordenação Municipal de Educação, quando nos convidou para apresentar nossa iniciativa, foi inspirar as demais escolas municipais no que se refere a projetos de leitura”, explica a idealizadora do projeto.