Prefeitura aguarda reposição de médicos pelo programa Mais Médicos

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Existe uma grande dificuldade em contratar médicos para atuarem no serviço público, no Brasil. Tentativa: Ministério da Saúde abre edital para contratação de novos médicos

 

Várzea Paulista é um dos 2.824 municípios em adaptação à saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos, que estão voltando a seu país. Dez médicos clínicos gerais divididos em seis UBSs (Unidades Básicas de Saúde) diferentes estão nessa situação e, a partir desta quarta-feira (21), não estão mais em atendimento. De acordo com a gestora municipal de Saúde, Mônica Rodrigues, a Prefeitura aguarda a seleção feita pelo Ministério da Saúde, para as reposições necessárias. “Nossa expectativa é de ter, até a primeira quinzena de dezembro deste ano, novos médicos nos mesmos locais que perderam os profissionais”, declara.

 

O Ministério da Saúde abriu um processo seletivo nessa terça-feira (20), para contratar 8.517 médicos e fazer as reposições necessárias, com médicos brasileiros, inicialmente, em todos os municípios atingidos com a saída dos profissionais cubanos. Se necessário, será aberta uma nova seleção, no próximo dia 27 de novembro, disponível a estrangeiros ou brasileiros que cursaram medicina fora do país e ainda não fizeram o Revalida, exame para a obtenção do CRM (Conselho Regional de Medicina) nacional, a ser feito em breve.

 

Segundo a gestora, é importante esclarecer à população que, até que sejam feitas as reposições, as UBS da Vila Real, Jardim América IV e Vila Marajó ficarão sem clínico geral e as Unidades dos bairros Cidade Nova II, Jardim Promeca e Jardim Cruz Alta terão médicos a menos. “As avaliações médicas gerais e visitas domiciliares ficarão impossibilitadas até haver a reposição desses médicos, salvos os casos urgentes, aos quais precisaremos atender”, explica Mônica. “Acreditamos que as vagas serão preenchidas com as seleções feitas pelo Ministério”.

 

Se esses processos não suprirem a demanda de Várzea Paulista, a Prefeitura precisará abrir processo seletivo próprio para a contratação de novos médicos. Existe uma grande dificuldade em contratar médicos para atuarem no serviço público, no Brasil. Caso o Governo Municipal consiga realizar as contratações, os clínicos deverão estar aptos a atuar no início de 2019.

 

 

Recursos

 

Os cerca de R$ 2.600,00 pagos pelo Governo Municipal como ajuda de custo aos médicos contratados por meio da nova seleção iniciada pelo Ministério são os mesmos que já eram pagos aos médicos participantes do Mais Médicos. O auxílio para despesas com alimentação, transporte e moradia é uma regra do programa. Dessa forma, não haverá aumento de gastos da Prefeitura se as vagas abertas atualmente forem preenchidas com o processo seletivo aberto pela pasta federal.

 

 

Caso as vagas desses dez médicos não sejam preenchidas com esses certames, o processo seletivo que precisará ser aberto pela Prefeitura fará com a que a ela aumente seus gastos consideravelmente. “Isso representaria um aumento considerável em nossa folha de pagamento já que cada médico receberia um salário de aproximadamente R$ 10 mil, pagos integralmente pela Prefeitura. Esse valor, além de impactar nosso orçamento, aumentaria nossos gastos com a folha de pagamento, na qual não está inclusa a ajuda de custo paga aos cubanos ou a que teremos de pagar aos contratados pelo Ministério da Saúde”.

 

 

Como se inscrever

 

Até o próximo domingo (25), médicos interessados em participar da seleção podem fazer suas inscrições no link goo.gl/UzjqPt. Os interessados, que precisam possuir CRM no Brasil, devem inserir no formulário a cidade na qual se pretende trabalhar e outras informações.

 

 

Mais sobre a quebra do acordo

 

8.517 médicos cubanos estão deixando o programa Mais Médicos, após a decisão do governo de seu país, de romper o acordo com o Governo Federal Brasileiro, na semana passada. Em nota divulgada na última quarta-feira (14), o governo do país caribenho informou que a decisão foi tomada por conta de questionamentos à qualificação dos profissionais, feitos pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e da proposta de alterações no programa, com a exigência de revalidação de diplomas aqui no Brasil e a contratação individual.