Educação participa de grande caso de superação e recebe agradecimento emocionado de mãe

Destaques

Rosângela Gomes procurou por conta própria a Unidade Gestora de Educação para demonstrar a gratidão pela inclusão da filha especial na rede municipal de Educação; “Hoje ela ama ir a Escola”

 

Uma lição de amor. Uma história de superação e determinação. Essas são as melhores definições para descrever Célia Caroline Gomes, de apenas cinco anos de idade, moradora de Várzea Paulista. Há um ano, a menina foi diagnosticada com uma doença rara, a lipofuscinose neuronal ceroide, também conhecida como doença de Batten, uma enfermidade degenerativa que afeta o sistema neurológico e não tem cura.

 

Mas o que vamos contar hoje é o outro lado desta história. Vamos falar da iniciativa de uma mãe, extremamente apaixonada pela filha, dedicada, que enfrentou todos os obstáculos possíveis para que sua filha pudesse simplesmente frequentar uma sala de aula. E conseguiu. Célia Caroline está matriculada há um ano na Rede Municipal de Educação de Várzea Paulista, é aluna do primeiro ano do Ensino Infantil do Cemeb (Centro Municipal de Educação Básica) Prof.ª Maria Aparecida Aprillanti. E, depois de ver a filha evoluir e se tornar uma aluna apaixonada pela escola, Rosângela Gomes, mãe da pequena Célia, decidiu, por conta própria, mais uma vez dar outro exemplo positivo: ser grata.

 

 

Na manhã da última terça-feira (23), ela esteve na Unidade Gestora de Educação, juntamente com a filha para dizer “muito obrigado” a toda equipe de Educação de Várzea Paulista. Rosângela foi recebida pelo gestor municipal de Educação, Rodolfo Braga, as professoras Ingrid Patrícia e Márcia Lopes, a diretora Renata Cunha (CEMEB Maria Aparecida Aprillanti) e a gestora executiva de Educação, Magali Souza.

 

Rosângela aproveitou o encontro para demostrar todo o seu apreço e o agradecimento aos profissionais da Unidade Gestora de Educação de Várzea Paulista. “Eu quis vir aqui hoje para agradecer tudo o que vocês fazem pela minha filha. Ela ama ir para a escola e eu sei que é por causa de vocês”, enfatizou, bastante emocionada, a mãe, que ainda completou: “Ela não perde uma aula, e em pequenos gestos eu consigo perceber o quanto ela ama ir para a escola”.

 

 

 

Com um sorriso fácil, e com os olhos cheios de lágrimas, Rosângela, usa de sua voz meiga para descrever ações simples, mas que enchem de orgulho o seu coração de mãe. “Ela não pode andar, mas todos os dias chega à casa com os tênis cheios de areia do parquinho. Aí eu já sei que ela aproveitou muito o seu dia. Minha filha é sempre incluída em todas as atividades”.

 

Ao falar sobre a condição de Célia, a emoção tomou conta da sala e não houve quem não se sensibilizou com sua história. “Quando veio o diagnóstico, foi difícil. Mas olhando para o tanto que minha filha evoluiu, não tem como não agradecer. E eu sei que foi graças ao trabalho maravilhoso, amor, carinho e atenção incondicional que ela recebe de cada uma das suas professoras. Isso não tem como negar”, ressaltou, com lágrimas no rosto, Rosângela.  

 

 

Na escola Célia tem sempre muito o que fazer: brinca, interage com os colegas durante toda a aula. “Sei que a Xêxe (como carinhosamente é chamada pelos amigos, é uma abreviatura de suas iniciais, surgiu como um mimo) não é como as outras crianças. Tem coisas que ela não pode fazer. Mas quando chega à escola, ela é só mais uma aluna que gosta de aprender”, relata. “Os colegas de sala são muito atenciosos e ela conhece todo mundo”, completa.

 

A pequena Xêxe adora vestir o uniforme escolar. Para se locomover, precisa sempre de um apoio; a fala é por meio de sorrisos. Apesar de todas as suas limitações, nada substitui ou a impede de demostrar o seu amor. Rosângela revela uma passagem que jamais sairá de sua memória. “Dias atrás nós estávamos indo para a escola e ela pegou uma flor no caminho. Eu já fiquei toda alegre esperando ganhar aquela flor. Mas ela não me deu, eu fiquei só pensando para quem era aquele presente. Cheguei lá na escola, e descobri que a flor era para a Raquel Frattini (educadora). Confesso que senti uma pontinha de ciúmes, mas fiquei muito feliz. Saber que a Célia quis dar uma flor para alguém prova o quanto ela ama aquela pessoa”, finalizou.

 

 

Insegurança de mãe

 

Os primeiros dias de aula dos filhos foram marcados por apreensão e dúvidas de Rosângela, algo comum com as mães. Deixar a filha especial na escola era um mundo de questionamentos no coração. E logo no primeiro dia de aula, veio a certeza de que tinha feito a melhor coisa para filha. “Lembro-me de que não saberia como seria a adaptação, algo natural de mãe, como iriam tratá-la. Quando fui buscá-la, fiquei desmontada. Ela estava com um novo penteado e toda feliz”.

 

 

“A Célia é muito especial. Nós amamos estar com ela e, para a Rosângela, eu só quero agradecer pelo carinho e as palavras de amor. Trabalhamos muito e nunca buscamos esse tipo de recompensa, mas, como ela veio, nós só podemos dizer: ‘muito obrigada’” destacou Renata Cunha, diretora da unidade escolar, que fez questão de completar: “Lá os alunos são de todas nós. Nós conhecemos cada um deles e todos eles nos conhecem”.

 

 

Rodolfo Braga, gestor municipal de Educação, não conteve a emoção com a atitude da mãe, em reconhecer o trabalho dos profissionais de educação da cidade e destacou a importância que a inclusão tem. “A educação inclusiva é um desafio, mas nós trabalhamos para que crianças como a Célia tenham o apoio necessário para atingir o melhor que elas puderem. Ir à escola e participar das atividades é fundamental para atingir tal objetivo”.