Servidoras públicas de Várzea Paulista trabalham com alegria e dão exemplo de superação

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Guarda Vera Lucia, com 15 anos de profissão, e coordenadora de atendimento, Sonia Lima, esbanjam força de vontade no trabalho e mostram que tudo está ao alcance das mulheres

 

 

Neste Dia Internacional das Mulheres — 8 de março —, duas servidoras da Prefeitura de Várzea Paulista deixam claro que é possível trabalhar em favor da população, com bastante dedicação e vontade de fazer a diferença. A guarda civil municipal Vera Lucia e a coordenadora de atendimento, Sonia Lima, precisaram enfrentar longas trajetórias para chegar ao serviço público, que exercem há muito tempo e em diversas funções.

 

Vera Lucia e a recompensa da luta por um sonho

 

 

“As mulheres não devem desistir de seus sonhos. Nenhuma profissão é totalmente masculina. Elas podem estar onde querem e não no lugar que outros determinam”. Assim Vera Lucia Corrêa Cota, uma das primeiras guarda municipais de Várzea Paulista, define sua mensagem ao público feminino. Cumpridora de muitas funções, na corporação, ela mostra com o próprio exemplo o quão possível é ser bem sucedida em um ofício tão difícil e exigente.

 

 

Após prestar o concurso, em 2000, e ser chamada em 2002, a servidora já desempenhou diversos papéis pela GCM varzina. “Já atuei no controle de rádio, vigilância da casa do prefeito, viaturas, ronda a pé, e há mais ou menos quatro anos faço a segurança patrimonial do Mais Fácil e, recentemente, do Facilita, onde atuo atualmente”. No longo tempo de trabalho pela cidade, houve dificuldades a serem enfrentadas, que, no entanto, não desanimaram a profissional. “Apesar disso, gosto do que faço”.

 

 

O segredo para se dar bem na profissão é simples, segundo a guarda. “A mulher tem que gostar desse trabalho. Cumprimos plantões, trabalhamos aos finais de semana, datas comemorativas e até em aniversários dos filhos. Além de todo o nosso trabalho em casa, precisamos estudar, respeitar nossos horários e a rotina da corporação, de modo geral. E é uma profissão de risco, sabemos disso”, relata a guarda, mãe de dois filhos, Leonardo, 21 anos (casado), e Nathália, três anos mais nova.

 

 

O começo na profissão foi difícil. “Não foi fácil a primeira turma feminina. Houve dificuldade, pois a GCM era um órgão totalmente masculino. Os guardas, inicialmente, estranharam um pouco a situação e foi difícil a aceitação (os homens saberem lidar com a gente). Foi difícil para eles e para nós. Hoje é algo que flui muito bem, e todos trabalhamos sem problemas”, relembra. Hoje, as mulheres correspondem a cerca de 20% do efetivo.

 

 

Para Vera, as guardas têm peculiaridades que as ajudam muito no cotidiano profissional. “As mulheres conversam mais, chegam a certos lugares de uma maneira mais suave e são mais calmas para resolver determinadas situações”, opina.

 

Motivação para ir além

 

 

Ganhar a farda e o poder de atuar na segurança pública de Várzea Paulista não foi do dia para a noite. O interesso surgiu quando tinha 8 anos de idade, ao ver fardado Vanderli, seu irmão, em Pacaembu, interior de São Paulo, já que ele o rapaz serviu o Exército e fez tiro de guerra. “Eu gostava da farda”, revela. “Vim para Jundiaí em 1988, com minha família. Antes de ser GCM, trabalhei em um supermercado e fui frentista. No ano 2000, prestei o concurso da Prefeitura de Várzea Paulista e em 2002, fui convocada. Foi bem concorrido, até mesmo por ser a primeira vez em que houve vagas para guardas femininas”, recorda a guarda.

 

 

Aos 43 anos, a 2ª classe quer alçar voos maiores em seu campo de atuação. “Quero seguir carreira e galgar novos degraus na corporação, quando possível”.

 

Sonia Lima dá lição de vida

 

 

Dona de uma alegria única, a coordenadora de atendimento da Prefeitura, Sonia Sirlei Marinele Lima, 54 anos, só fica descontente quando alguém confunde sua atividade com o mero ato de carimbar documentos ou pedidos. “Aqui no Protocolo Central não é só bater o carimbo. Existe todo um trabalho e uma série de trâmites, como o envio de malotes às Unidades Gestoras da Prefeitura e a troca de documentos. Tudo precisa ser feito de forma muito cuidadosa. O carimbo é apenas o último passo, para a formalização e o registro do número do protocolo”, explica a servidora, que completa 30 anos de serviço público pelo Município no final de maio.

 

 

 

No trabalho, marcado pela simpatia e alegria, não faltam tarefas, com muita atenção e zelo. “Fazemos um pouco de tudo: atendemos cerca de 20 pessoas por dia, sobretudo servidores (embora eu já tenha atendido muitos contribuintes, enquanto esse atendimento era mais centralizado aqui e não no Facilita); enviamos os malotes, destinados a cada uma das Unidades Gestoras da Prefeitura; acolhemos os documentos que são trocados entre elas. Também ligamos aos departamentos quando necessário e faço questão de registrar todas as entradas e saídas de documentos”.

 

Na receita para um bom trabalho, não podem faltar ingredientes especiais: empatia e vontade de fazer a diferença. “É preciso gostar de ouvir a história, dar atenção a quem se atende. Aprecio uma conversa. Às vezes me falam: como é bom entrar aqui! Ser um bom servidor é ter respeito ao cidadão, ser útil a alguém”.

 

Nem sempre, quem procura os serviços do Protocolo está contente ou bem-humorado, mas é possível reverter à situação com atitudes simples. “Um ‘bom dia’ ou um sorriso não custam nada. Falo isso para meus filhos. Dessa forma, você desmonta uma pessoa a fim de brigar”, opina. “Meus problemas particulares são da Portaria para fora. As pessoas que atendo não devem ser maltratadas por causa de questões pessoais minhas”.

 

 

Muito querida na Prefeitura, Sonia tem histórias que comprovam o quanto um atendimento humano vale a pena. “Há um ano e meio, veio aqui uma mocinha bastante insegura, tímida. Orientei-a quanto aos procedimentos necessários, fiz as ligações necessárias, pois aqui sempre faço todo o possível para passar a informação solicitada a quem atendo. Ao final, ela disse: ‘o atendimento foi bem diferente do que me falaram que seria. Que bom!’”, relata.

 

Trajetória

 

 

A história de Sonia na Prefeitura começou há quase três décadas. Sua mãe sonhava que ela se tornasse funcionária pública, já em Aparecida do Oeste, no interior paulista, mas a cidade não oferecia muitas oportunidades. Casada, ela resolveu tentar a vida em Várzea Paulista, onde vive até hoje. Passou a fazer unhas.

 

 

Começava o belo roteiro de sua jornada na Prefeitura. “Nesse momento difícil, era manicure da senhora Vera, amiga que me trouxe à Prefeitura, em 1988. Consegui um cargo de escriturária na Escola Estadual MitiharuTanaka (Jardim Cruz Alta), por meio do convênio (Programa de Municipalização e Descentralização do Pessoal de Apoio Administrativo das Escolas da Rede Pública Estadual), com o Governo do Estado. Ali, fiquei por seis anos, antes de ter breves passagens pelo Arquivo Morto da Prefeitura, a agência do INSS (Instituto Nacional do Serviço Social) e chegar ao Protocolo. Neste departamento, atuo há 23 anos”, conta.

 

 

Prestes há completar 55 anos, Sonia faz questão de demonstrar uma força incrível para encarar a rotina profissional, com muita vontade, mesmo após praticamente três décadas de atuação. “Venho trabalhar todos os dias, como se fossem o primeiro. Acordo e gosto de pensar com qual roupa virei para cá, passo batom, maquiagem…”.

 

 

E o cansaço simplesmente não tem vez: “Estou animada e me sinto nova para ficar em casa. Quero labutar até os 60 anos”.

 

Recado às servidoras

 

 

A servidora também tem uma bela mensagem às funcionárias da Prefeitura, neste 8 de março: “Que elas sejam úteis e prestativas a todos, de seus círculos pessoal e profissional, além de carinhosas, para manter seus pais, lares, filhos, tudo sempre com lucidez. Família é tudo na vida”, finaliza Sonia.