‘Aqui não é só bater o carimbo’: Sonia Lima mostra ser possível servir com alegria e satisfazer o cidadão

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Com quase 30 anos de Prefeitura, a servidora conduz o Protocolo Central, cheia de vontade de viver, trabalhar e oferecer um atendimento humano e qualificado

 

Dona de uma alegria única, a coordenadora de atendimento do Protocolo e da Telefonia da Prefeitura, Sonia Sirlei Marinele Lima, 54 anos, só fica descontente quando alguém confunde sua atividade com o mero ato de carimbar documentos ou pedidos. “Aqui no Protocolo Central não é só bater o carimbo. Existe todo um trabalho e uma série de trâmites, como o envio de malotes às Unidades Gestoras da Prefeitura e a troca de documentos. Tudo precisa ser feito de forma muito cuidadosa. O carimbo é apenas o último passo, para a formalização e o registro do número do protocolo”, explica a servidora, que completa 30 anos de serviço público pelo Município no final de maio.

 

Em seu trabalho, marcado pela simpatia e o “sorriso na voz”, não faltam tarefas, feitas com muita atenção e zelo. “Eu e os outros dois funcionários do Protocolo fazemos um pouco de tudo: atendemos cerca de 20 pessoas por dia, sobretudo servidores (embora eu já tenha atendido muitos contribuintes, enquanto esse atendimento era mais centralizado aqui e não no Facilita); enviamos os malotes, destinados a cada uma das Unidades Gestoras da Prefeitura; acolhemos os documentos que são trocados entre elas. Também ligamos aos departamentos quando necessário e faço questão de registrar todas as entradas e saídas de documentos. São cuidados que garantem a localização dos arquivos”.

 

Na receita para um bom trabalho, não podem faltar alguns ingredientes especiais: empatia e disposição para fazer a diferença. “Aqui, é preciso gostar de ouvir a história, dar atenção a quem se atende. Aprecio uma conversa. Às vezes me falam: como é bom entrar aqui! Ser um bom servidor é ter respeito ao cidadão, ser útil a alguém. Fico triste quando falam mal desses profissionais”.

 

Sônia lembra que, nem sempre, quem procura os serviços do Protocolo está contente ou bem-humorado, mas é possível reverter a situação com atitudes simples. “Um ‘bom dia’ ou um sorriso não custam nada. Falo isso para meus filhos. Dessa forma, você desmonta uma pessoa a fim de brigar”, opina. “Meus problemas particulares são da Portaria para fora. As pessoas que atendo não devem ser maltratadas por causa de questões pessoais minhas”.

 

A servidora, muito querida na Prefeitura, tem várias histórias que comprovam o quanto um atendimento humano vale a pena. “Há um ano e meio, veio aqui uma mocinha bastante insegura, tímida. Orientei-a quanto aos procedimentos necessários, fiz as ligações necessárias, pois aqui sempre faço todo o possível para passar a informação solicitada a quem atendo. Ao final, ela disse: ‘o atendimento foi bem diferente do que me falaram que seria. Que bom!’”, relata.

 

 

 

Trajetória

 

A história de Sonia na Prefeitura começou há quase três décadas. Sua mãe sonhava que ela se tornasse funcionária pública, já em Aparecida do Oeste, no interior paulista, mas a cidade não oferecia muitas oportunidades. Já casada, ela resolveu tentar a vida em Várzea Paulista, onde vive até hoje. Passou a fazer unhas.

 

Começava o belo roteiro de sua jornada na Prefeitura. “Nesse momento difícil, era manicure da senhora Vera, amiga que me trouxe à Prefeitura, em 1988. Consegui um cargo de escriturária na Escola Estadual MitiharuTanaka (Jardim Cruz Alta), por meio do convênio (Programa de Municipalização e Descentralização do Pessoal de Apoio Administrativo das Escolas da Rede Pública Estadual), com o Governo do Estado. Ali, fiquei por seis anos, antes de ter breves passagens pelo Arquivo Morto da Prefeitura, a agência do INSS (Instituto Nacional do Serviço Social) e chegar ao Protocolo. Neste departamento, atuo há 23 anos”, conta.

 

A coordenadora encarou muitas mudanças em todos esses anos. Energia positiva não faltou para a funcionária enfrentar a necessidade de adaptações. “Quando o convênio com o Governo Estadual acabou, há 24 anos, a Prefeitura nos deu duas opções: demissão voluntária ou reaproveitamento. Preferi ficar e encarar”, relembra Sonia.

 

Há pouco tempo, ela também recorda que ainda trabalhava com máquina de escrever e precisava contatar, com frequência, outro departamento para ter dados necessários ao atendimento. A administração a contemplou com seu primeiro computador. A despeito de dificuldades financeiras ou estruturais da Prefeitura, nunca faltou a vontade de realizar um trabalho de excelência. “Aqui não reclamo de nada. Tenho que fazer bem a minha parte, independentemente do prefeito no poder. Sirvo a população. Trabalho para o povo”.

 

Em um tempo tão grande como servidora, Sonia vivenciou muitas idas e vindas profissionais e pessoais, que recorda com bastante carinho. “Amo todo mundo. Já sofri por quem foi embora da Prefeitura. Desde que comecei a trabalhar como funcionária pública, perdi meu sogro, sogra, pai, mãe, cunhado.

 

Prestes a completar 55 anos, Sonia faz questão de demonstrar uma força incrível para encarar a rotina profissional, com muita vontade, mesmo após praticamente três décadas de atuação. “Venho trabalhar todos os dias, como se fossem o primeiro. Acordo e gosto de pensar com qual roupa virei para cá, passo batom, maquiagem…”. A servidora resume muito bem sua filosofia de vida: “A felicidade você não consegue passar ao outro, sem tê-la. Gosto de frases motivacionais. Elas me ajudam a ter felicidade interna. Acredito muito nisso”.

 

E o cansaço simplesmente não tem vez: “Estou animada e me sinto nova para ficar em casa. Quero labutar até os 60 anos”.

 

 

 

Família unida

 

No próximo dia 7, Sonia completa 36 anos de casada. Hoje moradora do Portal das Hortências, em Várzea Paulista, vive também com a filha Izabelle, 17 anos, e tem outro filho, Paulo, 33 anos, que já lhe deu dois netos. A vitalidade é motivo de reconhecimento, por parte dos filhos. “Eles me admiram por ser, nesta idade, lúcida e ativa, e por minha capacidade de adaptação a novas situações”, revela.

 

Para descontrair, ela faz questão de sair com a família. Um dos hobbies preferidos, nos dias de folga, é a pescaria. “Eu, meus irmãos (um homem e três mulheres, todas de Várzea Paulista), o marido, sobrinhos e quem mais está disponível acampamos uns três dias na beira do rio, para pescarmos. Já fizemos isso no Rio Tietê, em Santa Fé do Sul ou na divisa com o Mato Grosso do Sul, por exemplo. Nossa vida não pode se resumir a trabalho”, conta, animada. 

  

 

Recado às servidoras

 

Já deu para perceber que estar com os seus é algo muito importante na vida de Sonia, não é? Em 8 de março, vamos comemorar o Dia Internacional da Mulher e a servidora tem uma bela mensagem às funcionárias da Prefeitura: “Que elas sejam úteis e prestativas a todos, de seus círculos pessoal e profissional, além de carinhosas, para manter seus pais, lares, filhos, tudo sempre com lucidez. Família é tudo na vida”, finaliza.

 

 

Localize-se

 

O Protocolo Central fica dentro do Paço Municipal, ao lado da Junta Militar. O atendimento é prestado das 9 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. O endereço é Avenida Fernão Dias Paes Leme, 284 – Centro. O telefone, para informações, é 4596-9615.