Prefeitura realiza I Simpósio de Prevenção ao Suicídio

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Encontro reuniu palestra sobre aspectos como dados estatísticos e fatores de risco no Brasil, discussão sobre os temas e debate entre profissionais

 

Em um auditório da Praça CEU lotado por profissionais de saúde, educação, assistência social, e representantes de outros órgãos da cidade atuantes na causa, a Prefeitura de Várzea Paulista realizou o I Simpósio de Prevenção ao Suicídio da cidade, durante esta terça-feira (26). O encontro, organizado pela Unidade Gestora de Saúde, foi movimentado e teve várias palestras; além de uma dinâmica, e conversas sobre os presentes sobre os temas trabalhados, com trocas de experiências. O evento, parte da Campanha Setembro Amarelo, visa à conscientização. “O objetivo foi sensibilizar a população de que a prevenção é a melhor ferramenta para reduzir os índices de suicídio alarmantes atuais. Muitos casos poderiam ter sido evitados”, explicou a coordenadora de Saúde Mental do município, Sandra Silvestrini.

 

 

 

Prevenção tem força demonstrada

 

Após a abertura oficial com a presença do prefeito Juvenal Rossi, pela manhã, três palestras foram feitas: a primeira, com o tema “Aspectos emocionais e dados estatísticos de suicídio no Brasil e no mundo” foi ministrada pelo psicólogo Ricardo Castro, representante do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo; em seguida, a psiquiatra Camila Vicente Molina, gerente do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), conduziu o momento sobre prevalência e fatores de risco do suicídio, na população de forma geral; ao final da primeira etapa do Simpósio, a psiquiatra infantil Marianne Ferreira, responsável pelo CAPSI (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), abordou os aspectos da segunda palestra, especificamente em crianças e adolescentes.

 

 

Ao final das exposições, foi dado um tempo para a discussão dos profissionais, de forma bastante interativa. Entre as trocas de experiências feitas, foram expostas alternativas viáveis para evitar as tentativas de suicídio, como a central de atendimento a adolescentes, 24 horas por dia, todos os dias.

 

Membro do CMPI (Conselho Municipal da Pessoa Idosa), Terezinha Udovic aproveitou a oportunidade para lembrar a importância do trabalho preventivo realizado pelo poder público. “A família tem que ser ajudada. Há algum tempo, tive problemas sérios com meu marido e a terapia que nos foi oferecida aqui, pela Prefeitura, foi muito importante para a saúde mental minha e dos meus filhos”, relatou. “Hoje, graças a Deus, estou muito bem”.

 

A psicóloga Joyce Britto também enalteceu a força da prevenção e da desmistificação do tema. “Hoje, temos aqui na cidade, os CRASs (Centros de Referência de Assistência Social), com espaço aberto para os jovens que correm esse risco e atividades que os auxiliam”.

 

“É importante que os pais tenham consciência de seu papel formador. Qual espelho estamos sendo para nossos filhos? Às vezes mal damos atenção a eles e ficamos no celular. Muitos jovens que tentam se suicidar já sofreram algum tipo de abuso dentro de casa. É preciso atuar para prevenir essa prática”, alertou Joyce. “Nesse sentido, o trabalho feito pela GCM (Guarda Civil Municipal) de nossa cidade, na distribuição de uma cartilha sobre violência doméstica às crianças, foi bastante interessante”, complementou a profissional.

 

 

Identificação de sinais

 

Após o intervalo para o almoço, na dinâmica liderada pelo Dr. Ricardo Castro, os participantes puderam assistir a alguns vídeos sobre fatores de risco e sintomas apresentados por quem está prestes a tentar o suicídio.

 

No segundo momento da tarde, foi exibido um trecho da série 13 Reasons Why, na qual a estudante Hannah Baker conta, em fitas, as razões que a levaram ao suicídio. Depois do vídeo, houve uma segunda mesa de discussão, também conduzida pelos palestrantes. Na conversa, foram abordados os motivos de a personagem ter se suicidado mesmo após buscar ajuda.