Educação de Várzea Paulista é exemplo para professoras inglesas

Educadoras conhecem cultura brasileira e trabalho feito nas escolas

Durante esta semana, Várzea Paulista está recebendo a visita de quatro professoras da Inglaterra e do País de Gales, como parte do programa British Council”. A iniciativa promove o intercâmbio de projetos educacionais entre as escolas do Reino Unido e países do mundo inteiro. As docentes têm conhecido a cultura brasileira e o trabalho educacional feito com as crianças brasileiras, sobretudo na escola Prefeito João Aprillanti.

Segundo Puresa de Moraes, diretora da unidade e uma das quatro professoras que visitaram a Inglaterra e o País de Gales, de 10 de setembro a 5 de outubro, as estrangeiras têm percebido as diferenças pedagógicas entre as escolas de seus países e do Brasil. As educadoras conheceram todas as salas e professores da escola, e puderam conhecer um colégio particular de Jundiaí, além de duas unidades de educação infantil – Maria Aparecida Aprillanti e Luiz Fioresi.

Além disso, houve tempo para conhecer pontos turísticos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

As visitas aos países parceiros consistem na última etapa das trocas de experiências que já são feitas há um ano, por e-mail. “A gente teve que ensinar algumas coisas e aprendeu muito”, relata.

Da ida à Europa, os docentes brasileiros trouxeram várias fotos, trabalhos escolares das crianças estrangeiras e elementos identificadores de suas culturas, como publicação sobre rugby, modalidade esportiva praticada na Inglaterra e imagens das merendas oferecidas nas escolas visitadas.

Diferenças e semelhanças

Kirsty Mainwanng, do País de Gales, apontou que a principal diferença é o fato dos professores do Brasil ensinarem para crianças dos sete aos 11 anos, com aulas de todas as disciplinas e por meio período. Em seu país, cada professor dá aula de uma matéria específica, em uma sala própria, como a “sala de matemática”, por exemplo. “Eu posso ensinar uma lição e a outra professora só pode ensinar uma lição totalmente diferente”, explicou.

Andrea Dunlap é do mesmo país e também notou muitas diferenças entre as escolas de lá e do Brasil (públicas e particulares). “É incrível. É muito diferente da forma como ensinamos no País de Gales”, elogiou.

A professora também notou uma semelhança pedagógica: o uso de jogos e brincadeiras como modalidade de ensino. Andrea promove jogos até mesmo fora do ambiente escolar. “Eu acredito que as crianças podem aprender brincando tão bem como aprendem escrevendo”.

Experiência enriquecedora

Segundo a professora Puresa, os professores de Várzea Paulista conheceram, de 10 setembro a 5 de outubro, quatro escolas da Inglaterra e cinco, do País de Gales. As unidades de ensino trabalham com crianças de dois a 11 anos.

Uma das estratégias pedagógicas trazidas de lá e já aplicada por uma das professoras é a método fônico de alfabetização. A técnica consiste em ensinar primeiro os sons de cada letra e, então, construir a mistura dos sons em conjunto, para alcançar a pronúncia das palavras. Segundo a diretora, esse trabalho funciona muito bem lá fora e, como uma das docentes da escola Prefeito João Aprillanti já o conhecia, passou a aplicá-lo na unidade, mesmo sem ter saído do país, pelas trocas de ideias por e-mail, feita há um ano. “Ela começou a fazer com uma criança e deu certo”.

O primeiro grupo de professores estrangeiros deixa o Brasil entre esta sexta-feira (30) e sábado (31). De 9 a 13 de novembro, um novo grupo será recepcionado pela escola varzina.

O projeto

O programa Connecting Classrooms visa à interação através de troca de atividades com os professores parceiros, por meio virtual ou postal. O objetivo é expandir conhecimentos e trocar experiências com pessoas de outras partes do mundo, conhecer outras culturas e países, formar cidadãos mais críticos, conscientes e preparados para a interação virtual, desenvolver as quatro habilidades da língua inglesa (ler, falar, ouvir e escrever)  e ter acesso a conteúdo interdisciplinares.