Várzea Paulista recebe nesta quinta-feira (7) lançamento do livro África

Esporte e Lazer - Destaques
Apresentações culturais e debate sobre racismo marcarão o evento
         
A Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer recebe o lançamento do livro África: nossa história, nossa gente, do pesquisador e escritor Ademir de Barros dos Santos. O evento acontece dia 7 de maio, às 19 horas no Espaço Cidadania e contará com apresentações artísticas, uma roda de conversa com o tema “Autoestima negra e bullying” e sessão de autógrafos.
 
A roda de conversa será um diálogo com a comunidade, na qual o autor exercerá o papel de mediador e contará com debatedores envolvidos com o tema. Entre os debatedores estará a Professora Doutora Rosana Batista Monteiro (da UFSCAR), o mestre e professor de capoeira Edvaldo Pereira dos Santos (conhecido como Bola 7), Valter Alves de Oliveira (conselheiro de Cultura e presidente da associação FUITICAD), Lídia de Lara (diretora CEMEB Vinícius de Moraes), e José Aparecido Ribeiro (responsável pela Ong AmaGraça). Pretende-se extrair da discussão uma pauta de ações concretas a serem adotadas na cidade. “O evento é uma forma de entender a formação cultural do nosso povo e de proporcionar a oportunidade aos munícipes de se conhecerem através da história” conta o agente cultural Luiz Eduardo de Oliveira da Silva, que é um dos organizadores.
       
 A abertura do evento trará uma apresentação de capoeira com o grupo varzino “Capoeira Brasil” e uma adaptação teatral de um trecho do poema Navio Negreiro, de Castro Alves. “Esperamos que o vento seja marcante e consiga envolver a população e mais que isso, estimular a reflexão e as discussões sobre a temática” ressalta José Moreira, agente cultural e diretor teatral.
 
Ao final do evento o livro será comercializado a R$ 10 (preço promocional), e autografado pelo autor. O evento é aberto ao público. O Espaço Cidadania está localizado na Avenida Ipiranga, 151, Centro.
 
O Livro 
         
Editado pela Mirarte, o livro é resultado de um projeto selecionado no concurso Ideias Criativas, da Fundação Cultural dos Palmares, que teve 238 projetos concorrentes de todo o Brasil. O objetivo do concurso foi apoiar ações inovadoras para valorização da cultura afro-brasileira. Os recursos são provenientes do orçamento da fundação Palmares e da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, ambas vinculadas ao Ministério da Cultura.
         
A obra de Ademir, pesquisador da África e das africanidades herdadas por seus filhos está dividida em três partes. A primeira trata da África como o continente-berço da humanidade. A segunda traz a análise do deslocamento imposto à população africana, retirada à força de seu continente e degradada à condição de escrava. E a terceira apresenta o estudo da evolução da negritude no Brasil e as diversas formas de resistência ao processo escravista.
 
 
O autor
 
Radicado em Sorocaba, Ademir pesquisa e ensina sobre história e cultura de matriz africana no Núcleo de Cultura Afro-Brasileira da Universidade de Sorocaba (UNISO), e em outras instituições de ensino. Faz intervenções eventuais em cursos de Direito e em matérias específicas de Filosofia de Teologia para discussões sobre o preconceito, racismo e discriminação, além da apresentação do pensamento teológico da matriz africana.
 
 
Lei 10.639/03
 
Os alunos e professores do ensino médio das escolas estaduais da cidade serão convidados a participar do evento, contribuindo no debate. A participação, além de contribuir para formação de nossos estudantes, traz um importante tema de estudo implantado com a Lei 10.639/03.
         
A Lei versa sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana e ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Desde que foi sancionada em 2003 o ensino de história afro-brasileira tornou-se obrigatório em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental ao médio.
         
A Lei propõe novas diretrizes para esse estudo, ressaltando a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
         
Também com esta Lei foi instituído o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares, assim o dia é marcado pela luta contra o preconceito racial no Brasil.