Serviço envolve equipe multidisciplinar, composta por profissionais de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
Em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Várzea Paulista deu início aos trabalhos do Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR). O serviço busca ampliar e garantir o acesso à pessoa com deficiência temporária, permanente, progressiva, regressiva ou estável, ofertando cuidado integral no âmbito da reabilitação e proporcionando orientação e suporte a familiares e cuidadores de pacientes com deficiência física.
O serviço é composto por uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, que atendem os pacientes do município no prédio do Centro de Especialidades.
De acordo com a fisioterapeuta do NIR, Patricia Tapia Truzzi, o trabalho realizado pelo Núcleo avalia a necessidade de cada pessoa e o impacto da deficiência sobre o paciente, objetivando a sua integração e inclusão social. “Por contar com uma equipe multidisciplinar, o Núcleo trabalha com o paciente em todas as esferas da reabilitação, prevenindo agravos e buscando o bem estar físico e social”, explica.
No NIR os pacientes realizam reabilitação motora como alongamentos, treinos de marcha, de equilíbrio, treino de memória, treino de AVD (atividades básicas do dia a dia como alimentação), fisioterapia respiratória, entre outros. “Para alguns pacientes, voltar a pentear o cabelo ou deixar a cadeira de rodas e começar a usar o andador representa um grande ganho de autonomia”, relata a fisioterapeuta.
Reabilitação
No NIR são atendidos pacientes com alterações neurológicas como pessoas que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral), crianças com necessidade de cuidados respiratórios e pacientes com doença pulmonar obstrutiva como o enfisema, entre outros. O atendimento é feito apenas através de encaminhamentos das UBS. “Temos uma lista de triagem e novas vagas, geralmente, são abertas a cada três meses”, informa Patricia.
A fonoaudióloga Maria Cristina Carvalho Telles explica que os pacientes e seus familiares são treinados para dar continuidade aos exercícios na residência. “A reabilitação tem início no NIR, mas a continuidade pode ser dada na casa de cada paciente, por um familiar ou cuidador” – relata – “alguns exercícios são simples e ajudam bastante”. “Nosso trabalho é não deixar a pessoa tão longe do que ela já foi. Para que possa voltar para a sociedade, para sua rotina, ter uma vida mais próxima do que já teve um dia”, explica.
O trabalho desenvolvido pela terapeuta ocupacional, Juliana Polli, no NIR foca o treinamento das atividades no seu dia-a-dia, como usar o talher e o copo ao se alimentar, usar a escova de dente, calçar um sapato, que permitem ao paciente maior independência funcional possível, fazendo as adaptações necessárias. “Esse apoio é importante para que o paciente desenvolva sua autoestima e a confiança em realizar as atividades diárias”, diz.
Superação
Entre as cerca de 40 pessoas atendidas pelo NIR, um paciente se destaca: o pequeno Matheus Fofano, com dois anos e seis meses de lutas e superação diária. Sua mãe, Sara de Souza Fofano, 29 anos, tem a voz firme, mas as mãos trêmulas deixam transparecer o quanto já lutou pela vida do filho.
Matheus teve anóxia de parto, falta de oxigênio nas células, com sequelas severas, que dificultam seu desenvolvimento motor – ele só movimenta os braços e o pescoço e afetou sua parte respiratória. Para melhorar sua respiração, a criança passou por uma traqueotomia.
Sara define o serviço prestado pelo NIR essencial para o seu filho. “É como a água que ele precisa para sobreviver”, conta. O bebê passa por atendimentos semanais. “Se hoje eu tivesse que pagar pelo atendimento que o meu filho recebe aqui, eu não teria condições” relata a mãe.
Além do atendimento realizado pelas profissionais, Sara destaque que as dicas e orientações auxiliam muito o cuidado com o filho. “Ter o apoio de um profissional é essencial para o Matheus. Devido à situação dele eu não posso esperar ou arriscar”, explica. Apesar de toda luta, Sara sabe que a trajetória que seu filho vive pode ajudar outras pessoas. “O serviço do NIR faz a diferença na vida do Matheus, como eu sei que faz na vida de outras pessoas”, conclui.