Elizabeth Savalla realiza estreia nacional de ‘AMADAS’ em Várzea Paulista

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“Sou da geração de artistas que trabalhavam para fazer a diferença na sociedade e acreditam que a arte pode mudaruma realidade e fazer a diferença, assim como o Eduardo, o Lula e a Dulce”. Foi com essa frase que a atriz Elizabeth    Savalla definiu a satisfação de fazer a  estreia nacional da sua nova peça AMADAS (Associação das Mulheres que  Acordam Despencadas) em Várzea Paulista, em um espetáculo gratuito e, portanto, democrático. O evento foi  promovido neste domingo (25), na Avenida Projetada, em comemoração ao aniversário da cidade.

 Essa é a segunda vez que a atriz  se apresenta em Várzea Paulista. Em 2008, ela esteve na cidade com a peça Frizileia.  “Fico muito feliz em estrear a minha peça em Várzea Paulista, essa cidade que está crescendo a cada dia.  Estive aqui  em 2008 e percebi muitas mudanças, como a construção do shopping. Enquanto a gente despenca, Várzea levanta”,  brinca, fazendo uma analogia com a peça AMADAS.

Elizabeth ainda guarda boas recordações de sua primeira apresentação em Várzea. “ Lembro que teve uma matéria de TV sobre o meu espetáculo em Várzea e entrevistaram um senhor, o Francisco, que era pedreiro, e estava assistindo à uma peça de teatro pela primeira vez, sentado em uma bicicleta ao lado da mulher e filhos. Foi uma satisfação imensa para mim ficar sabendo disso e valeu essa minha encarnação”, relembra.

A atriz foi recebida pelo prefeito de Várzea Paulista, Eduardo Tadeu Pereira e pelo seu vice, Lula Raniero, que a presentearam com uma orquídea, símbolo da cidade. “É gratificante enquanto governo proporcionar um espetáculo dessa magnitude aos cidadãos varzinos. E a Elizabeth tem uma proposta artística que coincide com os ideais da nossa administração de democratizar o acesso à cultura e entretenimento. Por isso, todas as atividades culturais que a Prefeitura promove, como a Orquivárzea, o Várzea Alegria, entre outros, são com entrada franca”, diz o prefeito Eduardo.

        

AMADAS

“Olá! Meu nome é Regina Antônia e estou muito feliz de estar nessa reunião da Associação das Mulheres que  Acordam Despencadas”. Com muito humor, Elizabeth Savalla inicia um monólogo de uma mulher de 48 anos, que  sofre de baixa autoestima em virtude das cobranças e valores impostos pela sociedade moderna às mulheres, com  relação a padrões de beleza e comportamento.

 “De uns tempos para cá estou me sentindo diferente. Tensa, nervosa… Estou histérica”, diz a personagem, que diz  que acordou despencada nas vésperas de seu aniversário. “De uma hora para outra tudo despenca. Os peitos caem  do dia para a noite”, completa.

 E os episódios que reforçam o ‘despencamento’ de Regina Antônia se repetem cotidianamente, desde os encontros  com Celeida Maria, amida de colégio três anos mais velha, mas com aparência de menina, que leva uma vida de  jovem e é casada com um homem quinze anos mais jovem; até as conversas com a sogra, que desmerece suas  roupas e a forma com que lida com a família. “Uma dia encontrei com Celeida no shopping e eu estava com a minha filha. As duas estavam escolhendo uma calça da mesma numeração. E o pior foi o comentário da minha filha. –Poxa mãe, essa sua amiga é maravilhosa. Quando crescer quero ser igual a ela”, narra a personagem em uma das cenas.

Mas ela encerra a peça com uma nova forma de encarar a nova fase da vida. “Temos que aceitar as nossas rugas, pelancas e gorduras. Afinal, quem não as tem? A juventude se manifesta de várias outras formas. Só há um jeito de ficar eternamente jovem: morrer jovem. E eu quero viver por muito tempo ainda!”.

Elizabeth encerrou o espetáculo agradecendo a sua equipe e varzinos que prestigiaram a peça. Ela revelou que produziu a peça em um mês e ensaiava cerca de 10 horas por dia.

O público aplaudiu a atriz de pé. Jheniffer Siviero é moradora da cidade e está habituada a assistir peças teatrais, mas trouxe o namorado Edmilson, que mora emJundiaí,  para contemplar pela primeira vez essa expressão da arte. “Assisti à várias peças e o trouxe hoje aqui para que ele possa sentir o gostinho de ver uma apresentação, eu que o incentivei. A Elizabeth é uma atriz muito talentosa, vale a pena”, diz animada.

Fernanda Rosa, também moradora de Várzea Paulista, trouxe a família toda para acompanhar o teatro, o marido e as duas filhas. “Acho uma inicitiava muito boa. Uma peça cai muito bem para comemorar o aniversário da cidade. É um evento cultural que precisa ser valorizado e realizado mais vezes”.

A mãe conta que é a primeira vez que as meninas, Ligia de 5 anos e Júlia de 7, presenciam uma peça ao ar livre. “Elas costumam ver peças na escola e estão muito animadas para ver essa peça ao ar livre, que é algo inédito para elas”.

 

Amigo Chico

Elizabeth foi muito amiga do comediante Chico Anysio. Eles viajaram juntos para Portugal, quando a esposa do ator estava grávida de Bruno Mazzeo. “O Brasil perdeu o seu melhor comediante. Chico é o nosso Chaplin”, disse. “Ele foi um grande artista que conseguia dar uma voz diferente para cada personagem. O mundo perdeu com o seu falecimento”.