Pedro Sabiá faz visita à EMEI Armindo Francisco de Oliveira

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As crianças produziram uma reeleitura das obras do artista plástico que as cativou com sua simplicidade

A EMEI Armindo Francisco de Oliveira foi palco de muito entusiasmo, alegria e principalmente amor pela arte na tarde desta terça-feira (29). O motivo de tanta euforia foi a presença do artista plástico Pedro Sabiá que inspirou diversos trabalhos das crianças da escola durante todo o ano letivo.

O Projeto “Vida e Obra de Pedro Sabiá”, desenvolvido desde março deste ano, contou com todo empenho da diretora Anne Telma Nieri.  “Os conteúdos escolares das escolas infantis englobam a arte. Tenho hábito de visitar exposições de arte e já conhecia o trabalho do Pedro e suas obras. Então surgiu a possibilidade de trazer as crianças para o universo do artista. Isso fez com que eles se aproximassem da arte, normalmente vista com maior distanciamento.”

Anne conta que organizou diversas visitas ao ateliê de Sabiá, localizado na Rodovia Bandeirantes, e que lá as crianças puderam conhecer o trabalho do artista para que depois fizessem uma reeleitura de suas obras. “Levamos 246 crianças até a galeria. Eles puderam observar que o Pedro não trabalha apenas com tela, é versátil e utliliza materiais simples, que conseguimos adaptar para a realidade da escola e assim os alunos puderam reproduzir uma reeleitura do trabalho dele.”

Pedro Sabiá ficou emocionado com a iniciativa. “Fico muito emocionado de ver as crianças reproduzindo o entendimento que tiveram do meu trabalho. Tudo que faço, faço com o maior amor e carinho do mundo e me sinto homenageado ao ver as crianças fazendo uma reeleitura das obras. É algo inédito na minha história e motivo de muita alegria”, revela.

Ele destaca que os pequenos imprimiram identidade aos materiais produzidos. “É interessante porque cada criança interpreta de uma forma, usam as cores de maneira diferenciada. Identificamos a personalidade das crianças em cada trabalho. Eles substituíram também tubos de PVC que eu uso para fazer os caneteiros por papelão, o que revela identidade, achei isso fantástico”, avalia.
    

Sabiá  

Sabiá tem uma estreita história de amor com a arte. Aos 8 anos pegava escondido o canivete do avô José Américo para entalhar cabos de vassoura ou madeira verde. Foi versátil, ao descobrir os pincéis e a tinta a óleo, porque precisava ocupar a cabeça, após passar por uma cirurgia em 1993 e não poder fazer esforço esculpindo madeira.

A criatividade do artista é logo notada em sua galeria que expõe, além dos quadros e peças de madeira muitos outros artigos. “Aproveito sobras de material. Não consigo ficar parado. O artesanato deve ser valorizado, num mundo com tanta tecnologia, o trabalho manual merece respeito porque foi feito por alguém que se dedicou “, avalia.

Pequenos discípulos

As crianças se envolveram com o projeto, produzindo suas próprias obras de reeleitura com papel, papelão, caixas de madeira, telas e até isopor. Para a supervisora do departamento de Educação, Cilene Maria da Silva, a atividade mostrou um resultado muito positivo. “Eles demonstraram sensibilidade, um jeito próprio de vivenciar cores, é um trabalho que envolve uma concentração diferenciada.”

Lucilene Cristina Rangel Siqueira, mãe do menino Vinicius, de 5 anos, revela emocionada o envolvimento do garoto na confecção do quadrinho que ele produziu. “Percebi meu filho bastante envolvido. Ele chegava em casa e desenhava igual ao Pedro, ele pintou uma tela linda com girassol. Chamava a minha atenção para as cores que usava e comentava também dos trabalhos dos amigos”.

Nathaly Paula Silva de Oliveira, de 6 anos, falou com olhos brilhantes sobre o quadro que pintou. “Deu muito trabalho. Usei tinta pra fazer o quadro e gostei porque ficou muito colorido.”