Baterista de renome internacional realiza workshop em Várzea

No encontro, Jayme Pladevall falou sobre sua experiência profissional e incentivou os alunos da Escola de Música
              
O baterista e percussionista Jayme Pladevall realizou na manhã do último sábado (14), no Centro Cultural, um workshop especial para os alunos da Escola de Música de Várzea Paulista, a convite do Departamento de Artes e Cultura do município. Músico renomado no cenário nacional e internacional, ELE já tocou com artistas como Dorival Caymmi, Simone, Rosa Maria, Claudete Soares, Dick Farney e Johnny Alf.

O professor de música Adilson de Marchi Filho convidou Pladevall porque além do histórico profissional diferenciado, utiliza o método organizado pelo experiente músico em suas aulas. “Desde 2009, desenvolvemos trabalhos com percussão, e, dentre os materiais, utilizamos o método de bateria contemporânea do Jayme. Eu o convidei porque ele é uma referência, tanto na área da música popular como erudita. Nos o conhecemos há 20 anos e é muito importante que os jovens tenham essa aproximação com as pessoas que atuam na área”, explica.
Na abertura do workshop, o Supervisor de Artes e Cultura, Eufraudísio Modesto Filho falou sobre a quantidade de jovens que se dedicam à música em Várzea Paulista e da felicidade que sente ao constatar que existem realmente pessoas interessadas e empenhadas para contribuir com a qualidade desta arte. “Há muitos jovens na cidade desenvolvendo trabalhos de percussão e bateria. Fico feliz ao ver que eles acordaram cedo neste sábado para acompanhar esse momento e mostrar o verdadeiro interesse em contribuir para a qualidade musical”, ressaltou.
Ele também elogiou o trabalho de Jayme. “O professor é uma referência. Um bom baterista, uma boa banda é a espinha dorsal de uma música. Ele faz com brilhantismo seu trabalho e sabe desenvolver a harmonia de um instrumento percussivo como poucos”, afirmou.
O músico Jayme Pladevall disse que o encontro é uma maneira de mostrar que a música é rica e não se resume ao que hoje é explorado pelas mídias. “A música no país, por sua qualidade cultural, está ruim. Há uns anos havia uma qualidade melhor no Brasil e a própria Bossa Nova é exemplo disso. Hoje em dia ninguém mais ouve Djavan e Ivan Lins no rádio. É uma pena”, avaliou.
 
“É inadmissível que alguém que vá tocar música popular brasileira nunca tenha ouvido Bethoven. Da mesma forma, quem trabalha com música erudita e não conheça Ary Barroso”.
A conversa com os alunos foi aberta com uma observação de Pladevall àqueles que poderão ser futuros profissionais. “A música é uma linguagem que tem que ser extremamente clara e objetiva, para deixar claro o que você pretende fazer e comunicar”.
Jayme falou também sobre rudimentos, que são exercícios de técnica de bateria e percussão e apresentou ritmos como cubano, moçambique, mambo, ijexá, samba (partido alto e cruzado) e o funk americano. E ainda considerou “Em qualquer escola seja nos Estados Unidos, Japão, ou em qualquer outro lugar no mundo, é primordial que se conheça a origem dos ritmos”.
O músico, natural de São Paulo, contou sobre sua experiência no período em que trabalhou fora do país. “Eu morei na França, Nova York e Japão. Existe um preconceito por parte dos estrangeiros em relação aos brasileiros. Na realidade, eles generalizam, denominam de sul-americanos, sem dar importância ao país em si”, expõe. Pladevall acredita que no Japão tenha sido melhor recepcionado pelo fato de existir um grande número de japoneses no Brasil, o que propõe uma ideia de aproximação.
 
 
Jovens valores
Seguindo os passos do mestre Jayme, o aluno da Escola de Música de Várzea Paulista, Thomas Brasiliano, 14 anos, acredita que pode tornar-se baterista profissional. “Estou fazendo aulas há dois meses e gosto muito. Estou conhecendo o método do professor Jayme e gostando bastante. Quero ser profissional”, revela.
Diferente do amigo, Vitor Augusto da Silva, 13 anos, pode ser considerado um “veterano” entre os jovens músicos. Estuda percussão e bateria faz seis anos e contou que sonha em ser cantor. “Quando entrei na escola, eu não sabia ao certo se ia gostar, gostei e estou aqui até hoje. Quero ser cantor e pretendo também aprender a tocar teclado”, acrescenta.