Sul-Africanos realizam intercâmbio em Várzea Paulista

Governo e Administração - Destaques

A comitiva pertence ao SDI, organização que leva a experiência da Vila Real para 38 países e defende os direitos das populações de favelas em todo o mundo

 

O vice-prefeito de Várzea Paulista, Lula Raniero, acompanhado pelo secretário de Obras, Urbanismo e Meio Ambiente, Cícero Petrica, recebeu no gabinete do prefeito, na manhã de segunda-feira (18), a visita de intercâmbio de representantes sul-africanos da SDI (Slum Dweller International), Rose Molokoane (coordenadora) e Ben Bradlow (secretário). A SDI é uma organização internacional de defesa dos direitos das populações mais pobres, com atuação em 38 países.

O programa de urbanização da Vila Real e a organização do grupo Poupança Comunitária do bairro são muito elogiados pela entidade, que vem acompanhando o processo desde o início. Esta é a terceira visita que o SDI faz à cidade. Na primeira vez, maio de 2005, a coordenadora da organização conheceu a Vila Real antes do início do projeto e, a partir desse momento, a entidade estabeleceu parceria com Várzea Paulista.

Em 2008, Rose teve a oportunidade de ver boa parte das obras já concluídas. Neste ano, além de conhecer uma nova realidade na comunidade e os preparativos para o início da segunda fase, visitou também o Núcleo Residencial Siriema, no bairro Cidade Nova II, onde há o desenvolvimento de um projeto habitacional.

 

Referência internacional

 

A representante do SDI observou que a experiência de proximidade do governo de Várzea Paulista com as comunidades é muito positiva e serve de referência no trabalho da entidade pelo mundo. “O discurso e ações do prefeito Eduardo Pereira são pró-comunidade e podemos considerar que ele é membro do SDI. A experiência de Várzea Paulista no programa da Vila Real e sua organização é referência em outras comunidades e grupos de poupança. Replicamos este trabalho em todos os países onde atuamos”, reconhece Rose Molokoane.

Outro diferencial destacado, além do incentivo e a orientação que o governo de Várzea Paulista dá para que grupos populares se formem e se organizem, foi o relacionamento parceiro com entidades que representam os anseios populares. “Nossa experiência internacional mostra que é muito difícil estabelecer uma relação direta com representantes de governos e aqui em Várzea encontramos isso alinhado com segmentos representativos da sociedade”, comemora Rose, lembrando que o prefeito Eduardo esteve na África do Sul explanando sobre esta proximidade positiva com as comunidades e grupos representativos. “Foi um momento de grande importância para as comunidades sul-africanas”, finaliza.

Para o vice-prefeito, Lula Raniero, o trabalho desenvolvido na Vila Real é um retrato da gestão participativa do governo. “Esta é uma característica marcante do nosso governo. A experiência da Vila Real é um dos referenciais. Todas as ações do nosso governo estão focadas na participação popular e no desenvolvimento social”, acrescenta Raniero.

O secretário de Obras, Cícero Petrica, explicou sobre os desafios da regularização fundiária que envolve um território de 650 metros quadrados. “O primeiro passo foi tornar estas terras públicas. Após o auto-cadastramento feito pela ONG Interação, foram encaminhados os registros para o cartório de Jundiaí. Estamos buscando a regularização dos primeiros 30% de toda a área e as dificuldades burocráticas junto ao cartório e aos órgãos ambientais são muitas. Mas estamos focados firmemente neste processo”, garante Petrica.

 

       

A organização do grupo de poupança

 

O secretário da SDI, Ben Bradlow, destaca a organização do grupo de poupança de Várzea Paulista e lança pedido para que esta experiência seja levada para outros grupos do Brasil. “Além de Várzea Paulista, visitamos Osasco e Diadema e aqui encontramos exemplos positivos de relação entre governo e população e, também, um grupo de poupança muito bem estruturado e organizado. Esta experiência deve ser levada para outras cidades do país”, sugere Ben.

“Se hoje temos uma comunidade organizada é porque o prefeito Eduardo abriu este espaço. Participamos de Conselhos Municipais, Orçamento Participativo e outras ferramentas de participação popular do governo. Hoje, as pessoas da comunidade estão percebendo a importância de pagar suas contas de água, luz e de participar do processo de desenvolvimento do bairro. Isso faz com que o espaço conquistado tenha vida”, comenta Eli Sandra Santana, que esteve recentemente na África do Sul, como integrante do grupo ‘Multiplicadores da Cidadania’.

Além dos ativistas da África do Sul, participaram da comitiva, Altemir Almeida, Fernanda Lima e Maria Rita Brandão, membros da ONG Interação (parceira do SDI e Prefeitura), que trabalhou no recadastramento das famílias, e os integrantes do grupo Poupança Comunitária da Vila Real, Eli Sandra Santana, Marinalva Soares Gomes, Neuza Valcira e Cláudia Pereira.