Se Várzea Paulista fosse uma mulher, teria se debulhado em lágrimas na noite desta segunda-feira (21) ao receber verdadeiras declarações de amor de seus moradores e visitantes, no Sarau Poético realizado pelo Departamento de Cultura, em parceria com o Espaço Cidadania e a Biblioteca Municipal, especialmente para o aniversário de 46 anos de emancipação da cidade.

Poetas, cantores, cordelistas, cronistas e gente que nem imaginava possuir alguma linguagem cultural, entregaram-se a esse momento de fascínio e encantamento ocasionado pelo Sarau, que há dois anos congrega amantes e simpatizantes da Cultura em Várzea Paulista.

A despeito do grande sucesso, é notória a impressão da região de que até bem pouco tempo não havia vida cultural em Várzea Paulista. Moradores de outras cidades se surpreendem ao ver o salto do município nessa área. “Não estamos criando nada novo. Essa chama cultural sempre existiu, mas estava apagada. Nosso papel tem sido o de incentivar e criar os espaços para que os fazedores de cultura mostrem todo esse talento que a cidade sempre teve”, afirma Eufraudísio Modesto, supervisor de Cultura de Várzea Paulista e fundador do Sarau.

“Se há alguma inveja que faz bem à humanidade é a nossa com relação ao que acontece na Cultura de Várzea Paulista, especialmente no Sarau”, diz Maria Isilda Lenk, líder comunitária em Campo Limpo Paulista. A ideia lhe fascinou de tal forma que nas primeiras participações no sarau varzino, a cantora e percussionista decidiu que faria o mesmo em sua cidade. Hoje o Sarau de Campo Limpo Paulista também é sucesso de público e crítica, reunindo dezenas de participantes em todas as primeiras sextas-feiras de cada mês, no Ponto de Cultura do Parque Industrial.

A festa dos 46 anos contou com literatura de cordel, poesia  música caipira e música popular brasileira. Contou ainda com a participação marcante do grupo de batuqueiras Aruanda, que tocou o chamado baião de princesa, baseado em rituais das tribos africanas que utilizavam tambores para receber entidades sagradas, como explica a cantora Marcia Luíza dos Santos, a Marcinha. O grupo reúne mulheres e homens de Várzea e Campo Limpo Paulista.

As duplas Diamante Pacheco e Paloma, Renato e Reinam, João Seresta e Heitor Viola, Zé Paulista e Angelina trouxeram obras da música caipira de raiz. O maestro Gesse Araújo e os poetas Manoel e Deusimar declararam seu grande amor à cidade, lembrando do exemplo que Várzea tornou-se para toda a região ao valorizar a cultura local. A coordenadora do Núcleo de Mulheres da cidade, Maria Imaculada, soltou a voz, recordando seus tempos de infância em Minas Gerais.  O jornalista e cantor Dojival Filho, secretário de Comunicação de Várzea Paulista, fez o público acompanhar com palmas as grandes obras de Alceu Valença. Marcinha e Vinícius Rocha também abrilhantaram a noite com as canções inebriantes do compositor Elomar Figueira. Eufraudísio Modesto, músico, ator e cordelista, apresentou composições de Geraldo Azevedo e Capinam, e, a pedidos, contou causos, arrancando gargalhadas do público.

Também estiveram presentes ao evento o secretário de Educação, Luciano Braz de Marques, o secretário de Trabalho e Desenvolvimento, Waldir de Lima, a secretária de Cidadania e Assistência Social, Giany Póvoa e Dojival Filho, secretário de Comunicação.

O Sarau Poético de Várzea Paulista acontece sempre na última sexta-feira de cada mês, a partir das 19h30, no Auditório Santo Dias, no Espaço Cidadania. A inscrição é gratuita e feita na hora do evento. Segundo Eufraudísio, não é preciso ser artista ou ter talento para participar. “O que precisa é a vontade de compartilhar emoções. Porque isso aqui não é show. É um encontro de gente que gosta de cultura ou se envolve com alguma manifestação cultural”.

O Espaço Cidadania fica na Avenida Ipiranga, 151, centro de Várzea Paulista. Mais informações sobre o Sarau Poético podem ser obtidas pelo site www.varzeapaulista.gov.br ou pelo telefone 4595 4080. O próximo evento acontece dia 29 de abril, a partir das 19h30.