IX Encontro de Capoeira aconteceu neste final de semana; 180 capoeiristas participaram dos rituais de batizados, trocas de cordas e formatura
No último sábado (25), o Espaço Cidadania, em Várzea Paulista, foi palco do IX Encontro de Capoeira e Intercâmbio Cultural. Realizado em comemoração aos 20 anos de trabalho do Mestre Bola 7, representante do grupo Capoeira Brasil na cidade, o evento contou com 180 praticantes. Estiveram presentes capoeiristas do município sede, de cidades da região e estados como Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Representantes da Alemanha também marcaram presença, por meio de uma apresentação de lutas: “Temos neste país um grupo de professores brasileiros ministrando aulas do esporte. A troca de experiências entre pessoas com culturas diferentes é fundamental e motivadora”, disse o Mestre e organizador.
No dia, foram realizados ainda os rituais de batizados, trocas de cordas e formatura, além de apresentações e rodas de capoeira. Crianças e adolescentes participantes de instituições, projetos sociais e oficinas culturais de Várzea Paulista puderam ter um contato maior com a capoeira e a filosofia que o Grupo prega. “Todo o trabalho é voltado para a inclusão social. Procuramos agregar valores aos alunos e ensinamos o que é a arte da capoeira, o que é igualdade”, ressalta o Bola 7.
O vice-prefeito, Lula Raniero, esteve presente para prestigiar o encontro e avaliou a proposta como um instrumento capaz de valorizar a cultura negra, além de estreitar a relações com outros capoeiristas: “O evento intensifica a promoção da educação e da socialização de crianças e jovens. Para nós, de Várzea Paulista, a arte compõe a formação da cidadania, já que orienta quanto à disciplina, a importância da prática de atividades físicas e a necessidade de criar laços de amizade”.
De pai para filho
O encontro contou com a participação de crianças, jovens e adultos, tanto capoeiristas quanto admiradores da arte popular. Peterson Padovani, advogado, veio de Jundiaí para mostrar ao filho a magia e a cultura da capoeira. Ele pratica o esporte há dois anos e confessa que “ficaria muito orgulhoso se ele se interessasse e me permitisse dividir esta experiência”. O advogado conta que buscou o esporte para a prática de atividade física e ficou surpreso com o contato: “Cuidar do corpo e da mente é essencial. Porém, no dia a dia da capoeira descobri uma tradição fascinante. Quem ginga capoeira são pessoas de bem e este esporte merece conquistar cada vez mais o seu espaço”.
Preparação
Durante a última semana, foram desenvolvidas diversas oficinas para a integração entre alunos e mestres. Nos dias que antecederam o IX Encontro De Capoeira e Intercâmbio Cultural, foram realizadas aulas sobre a filosofia do Grupo Capoeira Brasil: “Os jovens precisam saber sobre o espírito de equipe, incentivo aos estudos, disciplina, além dos ensinamentos inerentes ao esporte, como força, flexibilidade e coordenação motora”, conclui Mestre Bola 7.