Osteoporose e prevenção de quedas foram os temas abordados por fisioterapeuta e alunas
No último dia 23, o Grupo de Convivência Bem Viver, da terceira idade, recebeu uma palestra, promovida pela Secretaria de Saúde, em parceria com a UniAnchieta, sobre a osteoporose e prevenção de quedas, no Espaço Cidadania, com o objetivo de comemorar o Mês do Idoso.
Na presença do professor de ginástica adaptada, Bruno Mazuco, e da fisioterapeuta da rede de Saúde da cidade, Patrícia, a professora de fisioterapia, Juliana Boaretto, e estagiárias explicaram o que é, as causas, quem é mais atingido, os agravantes e as medidas para se evitar a osteoporose, além da definição de queda e dicas preventivas. “A osteoporose é uma doença que atinge, principalmente, a região dos punhos, quadris e joelhos, por causa do enfraquecimento das células dos ossos, que ficam mais finos, fracos e propiciam maior incidência de fraturas”, explica Juliana.
Como não apresenta sintomas específicos, a osteoporose, muitas vezes, é tardiamente descoberta, pois as pessoas sentem dor, mas não sabem a causa. Ao contrário do que muitos pensam, não é detectada por meio de raio X, mas pelo exame de densitometria óssea. “Tem algumas pessoas que são detectadas com osteopenia. Esta doença é o início da osteoporose, então, todas as medidas devem ser intensificadas para que ela não vire osteoporose”, afirma.
Ela ainda ressalta a importância da prática de exercícios. “Eles ajudam na produção de células que fortalecem os ossos. Tomar sol também é muito bom, de 10 a 15 minutos por dia, até às 10 horas”, ensina. Junto a essas ações, a alimentação correta é uma aliada importante: fontes de cálcio, como leite, verduras com coloração verde escura, queijo branco, sardinha e outros peixes, e vitamina C, presente na mexerica, laranja e pitanga contribuem para evitar a osteoporose, assim como o gergelim e a soja.
Mulheres na menopausa, idosas, fumantes, diabéticos, alcoólatras e pessoas com histórico da doença na família são as que mais sofrem. “Quem fica acamado por algum tempo tem os ossos e músculos enfraquecidos pela falta de exercícios e movimentos, o que pode acarretar no desenvolvimento da doença”, comenta.
Dona Leonilda Meloni, de 71 anos, elogia a iniciativa de promoção da palestra como forma de ensinar os integrantes do Grupo a prevenir e lidar com a doença. “Aprendi muito. Foi a primeira vez que ouvi uma palestra tão boa”, comenta.
O professor Mazuco ressalta que o evento é um complemento ao trabalho feito com o Bem Viver. “Fazemos uma conscientização de prevenção às doenças por meio das atividades físicas. Quando alguém vem de ‘fora’ para falar sobre o assunto, é interessante, pois agrega mais conhecimento ao nosso trabalho”, garante.
Prevenção de quedas
Jandira Clemente Leite já sofreu dois acidentes nos quais quebrou e machucou a coluna. Ela também já caiu no banheiro, na rua e no ônibus. “Levei quase um ano para me recuperar. Estou voltando hoje ao Grupo, pois tive de ficar afastada por dois anos”, recorda.
A integrante do Bem viver é uma das muitas pessoas que sofrem consequências graves devido às quedas. “As pessoas acham que queda só acontece quando a gente cai no chão, mas não. Quando a gente sente tontura e senta, é uma queda. Quando sobe um degrau no ônibus, desequilibra e volta para trás, também é uma queda”, esclarece Juliana.
Segundo ela, as estatísticas são negativas: a cada 10 idosos que caem, três se recuperam, três começam a andar de bengala ou andador e quatro podem vir a falecer, pois “a pessoa tem de ficar um bom tempo de cama se recuperando e pode ficar fraca, pegar uma pneumonia, formar úlceras, o que, geralmente, causam infecções generalizadas”, enumera.
Quem tem mais tendência a cair são: mulheres; idosos; quem toma remédios que causam tontura e sonolência; hipertensos; diabéticos; sedentários; pessoas com alterações na visão, labirintite e doenças, como Mal de Parkinson, entre outros fatores.
As palestrantes informaram algumas atitudes simples, que podem prevenir as quedas, como pintar degraus com faixas amarelas para perceber o desnível; colar fitas adesivas com antiderrapante no chão; evitar tapetes e encerar o piso; organizar fios com fitas adesivas para não ficarem espalhados pelo chão; tirar móveis dos locais de circulação; deixar os objetos ao alcance para não ter que subir em escadas, bancos e nem trocar lâmpadas ou tirar cortinas, pois ficam em locais altos; usar tapetes antiderrapantes no banheiro; não usar óleos aromáticos, pois deixam o chão liso; comprar ou adaptar com canos e solda barras de apoio – estas devem ficar no box e perto dos vasos sanitários; colocar o sabonete em uma meia calça e prender na torneira do chuveiro para não ter que abaixar para pegar quando ele cai; respeitar os limites e pedir ajuda.
Após conhecer tantas alternativas, Jandira garante que vai tomar cuidado. “Com certeza, vou tirar meu tapete do banheiro para não correr o risco de cair”, conclui.