Skatista varzino representa o Brasil em campeonato em Boston

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Diego Fiorese, skatista profissional varzino desde 2008, voou, no último dia 21, para Boston, com o objetivo de participar do Dew Tour, campeonato aberto, que dura de junho a novembro, e passa por vários locais dos Estados Unidos. Apesar da grande concorrência com os mais de 150 inscritos, o rapaz de 22 anos não espera nada menos do que ganhar. “Minhas expectativas são as melhores possíveis. Estou indo para Boston para ganhar, vou dar trabalho para os outros competidores”, garante.

Fiorese vai passar aproximadamente seis meses longe de casa. Depois de Boston, ele vai para a República Tcheca competir na Mystic Cup e para a Inglaterra e a Itália, países que receberão as etapas das competições da World Cup of Skateboarding. “Esse campeonato começou em maio, aqui no Brasil, e agora segue para a Inglaterra e a Itália. Estou em décimo lugar do ranking, que conta com, no mínimo, 50 inscritos”, conta.

Antes de partir para Boston, Diego foi presenteado pelo secretário de Educação, Luciano Braz de Marques e pelo supervisor de Esportes, Wilder de Freitas, com um uniforme da cidade. “Para nós é um orgulho ter o Diego nos representando fora do País. Estamos torcendo muito por ele, que está levando o nome de Várzea Paulista para fora com tanto brilhantismo”, afirma.

Fiorese participa de campeonatos, como iniciante, desde 2003. Em 2008, teve início sua vida profissional, com direito a carteira assinada como skatista. “Em 2007, no Chile, concorri no Encontro Sul-Americano de Esportes Extremos ainda como amador. Já em 2008, fiquei em 9º lugar, na República Tcheca, como profissional. Em Roma, no The Roman Sport Series, da World Skate Cup, fiquei em 8º e em 4º lugar, em 2008 e 2009, respectivamente”, enumera contente.

Nas competições das quais irá participar, o rapaz terá 15 minutos para aquecer-se – analisados pelos juízes -, um minuto de apresentação e mais cinco de jam session, um tipo de improviso. “A jam session é o momento em que uns cinco competidores dividem a mesma pista e apresentam o que querem”, comenta.

Nas apresentações, os juízes avaliam o grau de dificuldade das manobras, a criatividade, o estilo da performance, a perfeição das manobras e a utilização dos obstáculos da pista; este último critério é da Confederação Brasileira de Skate e da World Cup of Skateboarding, que regulamenta o esporte no mundo.

Quanto à rivalidade, o representante de Várzea ressalta que os skatistas não são rivais a ponto de perderem a amizade. “É difícil ter rivalidade no skate. Mais do que um esporte, esse é um estilo de vida. A essência é a diversão, a amizade. Todos querem ganhar, mas os concorrentes são unidos, nós sempre nos encontramos nos campeonatos”, confessa.

Skatista precoce

Fiorese anda de skate desde os 10 anos. Ainda criança, ele ia para o clube no Jardim Primavera, onde deveria jogar futebol, mas ficava em frente ao lugar, com seus amigos, aprendendo novas manobras. “Andar de skate você aprende assistindo a vídeos, lendo revistas especializadas e trocando experiências com os colegas”, ensina.
O rapaz já deu aulas no Parque Ecológico Chico Mendes, em 2009, para, aproximadamente, 50 alunos, de quatro a 34 anos. “Com os alunos, trabalhava equilíbrio, coordenação, desenvolvimento motor. E eles faziam amizade, interagiam, divertiam-se muito”, lembra.

Estiloso

Além de praticar, Fiorese dá uma aula sobre o estilo street. “O skate foi criado na década de 60, na Califórnia, quando os surfistas não conseguiam ‘pegar onda’. Adaptavam, então, rodas de patins nas pranchas de surf para simular o esporte no asfalto. Primeiro nas piscinas vazias, depois nas ruas”. A modalidade utiliza obstáculos, como corrimãos, escadas e rampas, encontrados nas ruas e nos parques das cidades.
Para manter sua carreira em ascensão, o rapaz treina de quatro a seis horas por dia na pista do Parque Ecológico Chico Mendes, em Várzea Paulista, e na do Parque Sororoca, em Jundiaí.
Seu treinamento não começa nem termina sem o alongamento que evita que se machuque. “Respeito o meu corpo. Se possível, treino todos os dias, mas se estou muito cansado, descanso e volto a treinar no dia seguinte”, explica.