São raras as crianças que já tiveram contato com um tabuleiro de xadrez, ou sabem o significado do termo ‘xeque-mate’. Porém, os alunos da rede municipal de Várzea Paulista estão mudando esse conceito e provando que o xadrez não é um esporte restrito a adultos. Essa quebra de paradigmas se deve à iniciativa da secretaria de Educação, que criou o projeto ‘Xadrez na Escola’, oferecendo aulas para as crianças do ensino fundamental. Nesta terça-feira (20), aconteceu o lançamento oficial do projeto nas Emefs Palmyra Aurora D’Almeida Rinaldi e João Aprillanti.
Para implantar o projeto nas escolas, a secretaria promoveu uma capacitação com os professores de educação física, no início do ano. Ao todo, oito escolas estão inseridas na iniciativa. Elas receberam os kits para a realização das atividades, contendo 15 jogos de xadrez, 30 livros e um tabuleiro magnético vertical.
A prática do xadrez foi incorporada, sobretudo nas aulas de Educação Física, mas há escolas que estão trabalhando a nova modalidade de forma interdisciplinar. Este é o caso da Emef Palmyra Aurora D’Almeida Rinaldi, que desenvolve o xadrez nas aulas de informática e o intercâmbio com outras matérias em sala de aula. “Estamos introduzindo a prática através de histórias lúdicas envolvendo as peças do xadrez, que têm o rei, a rainha e a torre entre outras peças. Se fosse de forma puramente técnica e burocrática, eles não aprenderiam tão cedo”, explica o professor de Educação Física, Vagner Silva Maia.
De acordo com ele, as crianças surpreenderam a todos com o ritmo de aprendizado. “Nossa intenção era envolver as crianças dos anos 3 e 4, mas tivemos uma experiência com o ano 2 e os alunos aprenderam rapidinho”, avalia.
Valores
Para o secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Luciano Braz de Marques, o xadrez é uma modalidade que acrescenta muitos valores na vida escolar das crianças. “Além de tornar a escola mais prazerosa e atrativa, a prática estimula o esforço e a concentração das crianças, tornando o aprendizado mais produtivo”, avalia.
No lançamento do projeto, a escola Palmyra apresentou um vídeo pedagógico, sobre a prática do xadrez e realizou um ‘xadrez humano’, no qual os alunos estavam fantasiados de peças do tabuleiro e, cada uma delas, explicava a sua função ao público. A encenação foi encerrada com a jogada mais famosa do jogo, o xeque-mate.
Dia a dia
O xadrez passou a fazer parte do cotidiano escolar das crianças. A professora Regina Maciel Villares, do ano 3, desenvolve aulas teóricas e práticas, criando cartazes com o movimento das peças e fixando nas paredes da classe, entre ouras atividades. “O xadrez faz as crianças pensarem mais. Esta geração está acostumada em receber as coisas prontas, a não querer pensar”, analisa.
Hoje, a professora já colhe os frutos da recente experiência. “Eles já estão demonstrando mais disciplina e concentração, além de se empenharem em estratégias para solucionar cálculos e desafios matemáticos”, observa.
Animados com a novidade, os alunos já exaltam as técnicas e jogadas incorporadas durante as aulas. “Já aprendemos várias coisas e estamos ensinando para outros amigos. Além do jogo, estamos aprendendo coisas sobre comportamento e disciplina”, diz Alexander Albuquerque Vasconcelos, de 9 anos.